O médico cardiologista, José Antônio Chinelato, esteve no programa Jornal da Cidade, da Rádio Cidade
Da redação
O AVC (acidente Vascular Cerebral), conhecido como derrame, e o infarto do miocárdio são as primeiras causas de morte em todo o mundo. A informação é do cardiologista José Antônio Chinelato, que participou na manhã de ontem do programa Jornal da Cidade, da Rádio Cidade. Nos meses de menores temperaturas eles são mais frequentes, principalmente o AVC.
Segundo o médico, AVC e infarto têm as mesmas causas. "O AVC é o infarto no cérebro. Você pode ter infarto em todos os órgãos, até intestinal, por exemplo, que é tão grave quanto no cérebro e no coração", disse.
José Antônio Chinelato disse que as estatísticas mostram que o derrame está mais frequente que o infarto do miocárdio.
"O infarto não acontece subitamente, o evento foi súbito, a doença começa há no
mínimo 15 anos".
O que leva a formação dessas doenças? Há duas situações possíveis:
Primeiro: a pessoa tem uma predisposição genética para a doença. Se o pai teve
infarto ou derrame antes dos 65 anos de idade ou a mãe infarto ou derrame até os 55 anos, é preciso ter cuidado redobrado.
Segundo: a pessoa possui fatores que predispõem à doença, como colesterol e triglicéris, cigarro, diabetes, pressão alta, obesidade e stress. Um desses fatores, não necessariamente todos, é suficiente para promover o entupimento total ou parcial da artéria na cabeça, que dá o derrabe, no coração, que dá um infarto, ou no intestino, que dá o infarto intestinal.
Em 95% dos casos, esses fatores estão envolvidos na formação da doença.
"Os riscos estão relacionados aos nossos hábitos. Se você não tem nenhum desses fatores, dificilmente vai desenvolver a doença. Senão, pode apresentar a doença por uma má formação vascular, por exemplo, desenvolver um aneurisma cerebral e desenvolver um derrame que a gente chama de AVC hemorrágico, por má formação vascular. Há outro problema, o uso de drogas como cocaína, sem a necessidade da pessoa ter obstrução da artéria, promove um espasmo da artéria, que diminui a passagem do sangue e promove o infarto", explicou o médico.
O stress e os hábitos alimentares tem prejudicado a qualidade de vida do homem. "A pessoa não consegue controlar seus hábitos e promove a formação da doença. Como é difícil mudar nossos hábitos, é interessante tentar modificar os hábitos das crianças. Nós adultos, que já adquirimos os hábitos, dificilmente mudamos. A criança, com 11 e 12 anos, precisa aprender a ter hábitos saudáveis", ressaltou o cardiologista.
Quem já teve infarto tem a doença estabelecida e precisa tomar cuidado com todos os fatores de risco, pois tem chances de ter um novo infarto.
Sinais
Dor no peito - 80% dos pacientes que sofrem infarto sentem dor no peito. Porém, a dor não é necessária, já que 20% não sentem, principalmente idosos, pacientes
diabéticos e mulheres.
Falta de ar - a pessoa pode realizar uma atividade e sentir falta de ar, que até então realizando aquela atividade não sentia.
Transpiração excessiva - Se até então a pessoa não tinha transpiração excessiva e começa a suar muito, pode ser sinal também. Se a transpiração excessiva é frequente, pode ser uma alteração hormonal, da tireoide ou da glândula suprarrenal, sem risco de infarto.
Desmaio - também pode ser um sinal. Desmaios que acontecem há anos dificilmente tem relação com infarto.
Dor o peito - com duração normalmente de 20 minutos, acompanhada de sudorese, náuseas e vômitos. Um ou dois episódios, não mais que isso. Dor em aperto ou em queimação do no meio do peito para o lado do peito e pode irradiar para o membro superior à esquerda, especialmente no dedo mínimo, pode estar relacionado ao infarto.
"O ideal é a pessoa que possui alguns sinais ou fatores de risco procurar seu médico de confiança para ser examinada. O médico deve ser consultado, no mínimo, a cada seis meses. Os exames de colesterol, triglicéris e diabetes também devem ser realizados a cada seis meses. E um exame de esteira pelo menos uma vez ao ano", disse o médico.