Andressa Aoki
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O programa Vivaleite em Votuporanga está necessitando de urgentes adequações. A informação é da responsável pelo projeto no município, Débora Cristina de Oliveira Bruno, em entrevista ao jornal A Cidade. "Talvez o problema tenha sido um mal entendido no passado. Estamos reparando agora, inclusive realizamos o recadastramento dos beneficiados", explicou. O prazo para a adequação se encerra no final do mês.
Ela disse ainda que vários municípios já tiveram o programa cortado. "Também temos problemas com relação a estrutura de atendimento, que depende de recursos da Prefeitura. Precisamos de no mínimo, mais uma pessoa para atender a população", emendou.
Débora ressaltou que a população tem dificuldade de entender o projeto. "Muitas pessoas não fizeram o recadastramento, ignorando os nossos avisos e perdendo o benefício. Estamos querendo conscientizar os usuários, inclusive realizamos uma palestra com funcionários da Codeagro [Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios] para que entendessem e participassem de fato do programa", disse.
Ela contou que o Vivaleite está em processo de transição entre as Secretarias de Saúde e de Assistência Social. "A Codeagro elogiou essa parceria. Mudamos de endereço. Antes tínhamos três servidores para atender o dia inteiro e agora só eu que faço o atendimento. Por isso, limitamos o serviço das 8 às 11 horas por meio de senhas. São distribuídas três senhas para o Vivaleite e três para o leite de soja. O número é pequeno, mas é porque o cadastro demanda muito tempo", ressaltou.
A responsável explicou que o cadastramento é feito por meio de uma entrevista, voltado para aspectos econômicos e sociais. "A renda familiar não pode exceder a dois salários mínimos. Muita gente acha que é possível burlar, mas o Tribunal de Contas está de olho. Eles verificam o que está na inscrição, com a cópia do comprovante e a Codeagro quer tudo provado. Se o interessado não trabalhar com carteira assinada, tem que apresentar uma declaração de autônomo", afirmou.
Débora ressaltou que apenas cumpre a sua obrigação. "Alguns acham que a assistente social que é chata, que antes não era assim. Não posso deixar que pessoas com mais de dois salários mínimos participem. Se eu abrir exceção, perdemos o programa. Tem fiscalização. Muita gente reclama na ouvidoria, mas só estou cumprindo ordem. Não temos o que fazer, a não ser esclarecer a população", complementou.
Ela enfatizou que o programa tem um lado social, pois é destinado a pessoas de baixa renda, além do econômico por gerar renda aos produtores de leite. "É o maior projeto do mundo de leite", emendou.
Atendidos
Débora destacou que o programa existe há oito anos em Votuporanga e que atende 2500 famílias. "O leite é distribuído nas unidades de saúde e são 15 litros por criança, que são retirados em três vezes por semana", disse.
A responsável enfatizou que é preciso mudar o hábito da população. "Precisam ficar atentos com relação ao prazo de validade. Em caso de negativa, tem que devolver na hora, emendou.
Débora ressaltou que as famílias têm obrigações para cumprir. "Eles devem participar de reuniões e fazer a pesagem de forma trimestral, que será transferido para quadrimestral. Se a mãe não levar a criança, não tem como marcar novamente e com os deslizes, perdem o benefício", concluiu. Ela afirmou ainda que das 2500 famílias atendidas, quase 10% delas ou abandonaram o programa ou não passaram pelo recadastramento.
O secretário de Assistência Social, Osmair Ferrari, entrou em contato com a reportagem para garantir que o programa não acabará. "Estou esperando a secretária de Saúde, Fabiana Parma, para saber para qual secretaria pertence", disse.
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