Capitão Marchi afirmou em entrevista à na Rádio Cidade que os aparelhos continuam barrados
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
Ir ao estádio de futebol com o radinho de pilha é tradição em todos os jogos de futebol no Brasil. Mas para quem vai ao Estádio Municipal Plínio Marin, em Votuporanga, vive uma situação bem diferente. A Polícia Militar, através do Capitão Fabrício Marchi Thiago, confirmou ontem, em participação ao vivo na Rádio Cidade, que a entrada com os aparelhos estão mesmo proibidas. Para o capitão, a grande maioria deles funciona com pilhas, que eventualmente podem ser utilizadas como armas, por torcedores exaltados.
De acordo com a Polícia Militar, a medida visa a preservação da ordem e a garantia da integridade física e a tranquilidade dos torcedores, imprensa, equipes, comissões técnicas e da própria polícia, que cuida da segurança nos jogos. Também é proibido entrar no estádio com garrafas, latas, mastros de metal ou madeira, guarda-chuva ou sombrinha, fogos de artifício, e capacete.
A entrevista com o capitão Marchi ocorreu durante o programa de esportes da Rádio Cidade, que além dos radialistas João Carlos Ferreira, Flávio Santos e Claudio Craveiro, teve como convidados o diretor de futebol da Votuporanguense, Marcelo Barbosa e um dos gestores da parceria do clube com a prefeitura, Cabo Valter Benedito Pereira.
Via telefone, o Capitão Marchi explicou que a proibição dos radinhos no campo pela PM local obedece uma resolução do secretário de segurança pública, que é utilizada como embasamento legal para a medida. "A resolução diz que é proibida a entrada de qualquer objeto que pode ser utilizado para causar ferimento a outra pessoa. O rádio em si, não tem esse problema, mas a preocupação é com a pilha, um objeto de pouco valor, que a pessoa pode utilizar em um momento de nervosismo. Ela pode extravasar e acabar arremessando-a contra jogadores, imprensa, policiais, torcida adversaria, membros da arbitragem", explicou.
Os integrantes do programa questionaram ao capitão a razão da medida estar sendo aplicada apenas em Votuporanga, já que a torcida que acompanhou jogos do CAV em outras localidades, não tiveram os aparelhos barrados. O capitão afirmou que a norma é cumprida visando a segurança no estádio, e que não poderia ser descartada.
O gestor da parceria entre prefeitura e CAV e vice prefeito, Cabo Valter, lamentou a situação e afirmou que a imprensa, o clube e a prefeitura estão sofrendo uma enorme pressão dos torcedores, para que haja bom senso para a liberação dos radinhos. "A nossa torcida tem ido a outras praças esportivas e percebe que coisas simples e tradicionais, como o radinho portátil, o pipoqueiro, estão liberadas. Isso nos deixa em situação de difícil explicação. Embora a lei exista, em outros lugares, há uma certa tolerância", argumentou..
Irredutível, o capitão finalizou a participação dizendo aos ouvintes que a insatisfação sobre a proibição dos rádios de pilha devem ser atribuídas à polícia. "Neste caso, os torcedores podem cobrar a Polícia Militar", disse o capitão Marchi.