Maria Alice Rocha Silva, destaca que a confiança abastece os pensamentos positivos dos pacientes
A psicóloga Maria Alice afirma que o apoio da família também faz bem para os indivíduos que estão no processo de adoecimento (Foto: Arquivo Pessoal)
Lara Matozo
Estagiária sob supervisão
lara@acidadevotuporanga.com.br
Algumas pessoas veem fé como uma forma de interação social regido por uma crença. Quando uma meta é encarada como sagrada, o indivíduo possui maior tendência em se esforçar para alcança-la. Segundo a psicóloga de Votuporanga, Maria Alice Rocha Silva, essa confiança abastece os pensamentos positivos dos pacientes perante os desafios propostos pela vida.
A influência da fé no tratamento de doenças está associada na maior capacidade de lidar com o emocional nessas circunstâncias, a psicóloga explica que, uma maior vivência espiritual é encarada como uma fonte de fortalecimento e apoio, essas questões são utilizadas para trabalhar no emocional do paciente durante o tratamento.
“A psicologia entente o ser humano como um ser biopsicossocial espiritual, nós temos nosso corpo fisiológico, nossas emoções, nós também precisamos estar no meio social, então a fé faz parte do bem-estar do paciente, ela atua em conjunto. Por exemplo, a pessoa tem uma doença que, talvez, a faz perder as esperanças e através da fé, ela consegue um conforto, acreditar naquilo que ela não consegue palpar ou ver naquele momento, isso sempre dependerá da espiritualidade do paciente, seja para a pessoa que tem algum tipo de crença, até as que não acreditam”, explicou.
Ao descobrir uma doença, é essencial que o paciente não se entregue, seja otimista e persista em buscar a cura. Essa força não é somente evidenciada como religiosidade, espiritualidade ou acreditar em uma força maior, o importante é o indivíduo crer nele mesmo e desenvolver ações que contribuem para o seu emocional; como meditação, terapia e manter o pensamento de que as coisas darão certo.
A família é uma das principais aliadas durante esse período, é fundamental que as pessoas observem o comportamento e escutem os pacientes; esse suporte social é indispensável para oferecer segurança, auxilio e confiança para quem está passando por essa fase. Maria Alice afirma que esse apoio faz bem para os indivíduos que estão no processo de adoecimento.
“O fato de ter alguém ali — mesmo que fique só perto, já é de extrema ajuda para que a pessoas que estão enfrentando essa doença passe pelo momento com um pouco mais de leveza e que seja menos difícil. O emocional dependerá da individualidade de cada um, nós não conseguimos classificar as pessoas ‘em uma caixinha’, quem está no processo de adoecimento também precisa ter um acompanhamento psicológico”.
Pandemia, fé e terapia
O papel que a fé desempenha em meio a dimensão da pandemia ocasionada pela Covid-19 se assemelha com o que foi destacado pela psicóloga Maria Alice. A busca por sentido e desejo de alcançar as metas intensificam a crença como importante instrumento de força, mas conforme Rocha, é indispensável procurar ajuda profissional.
“Esse momento pandêmico está sendo muito difícil, muitas pessoas ficaram desempregadas ou passaram por dias complicados, isso diretamente vai afetar o emocional dos indivíduos, ou seja, ela vai dormir e comer mau, as preocupações vão afetar aquilo que é fisiológico, ele vai adoecer tanto mentalmente quanto fisiologicamente. Essas questões dependem muito do apoio que a pessoa recebe, do tanto que ela está aberta para entender que realmente ela está em um processo difícil, que as emoções bagunçadas fazem parte e aprender a lidar com isso leva tempo. O início da pandemia falou-se muito em adoecimento mental, porque nunca tínhamos passado por algo dessa grandeza, então não sabíamos lidar, hoje em dia já temos mecanismos que nos ajudam a controlar a ansiedade e preocupações, por isso o acompanhamento de um profissional é tão importante”, salientou.
A espiritualidade é um auxílio e incentivo ao tratamento, este que, por sua vez, é indispensável para a saúde das pessoas. Ela colabora como sendo uma inspiração e motivação, porém não substitui o acompanhamento médico e psicoterapêutico, portanto quem está passando por este tipo de situação necessita de ajuda profissional.