Os dados são do Centro de Referência e Atendimento à Mulher (Cram), da Secretaria Municipal de Assistência Social
O Cram está localizado na rua São Paulo, 2959, bairro Patrimônio Novo (Foto: A Cidade)
Gabriele Reginaldo
gabriele@acidadevotuporanga.com.br
Segundo dados da Secretaria de Assistência Social de Votuporanga, o Centro de Referência e Atendimento à Mulher (Cram) atendeu aproximadamente 882 mulheres, entre janeiro e novembro deste ano, vítimas de violência doméstica na cidade. Atualmente, o Cram possui aproximadamente 234 mulheres em efetivo acompanhamento pela equipe técnica.
De acordo com o levantamento solicitado pelo A Cidade para a pasta, no Cram, o maior índice de violência atendido pela equipe é a violência psicológica, com 40% dos casos, e principalmente ameaça de violência física e de morte da mulher e/ou familiares e dependentes (filhos).
Os dados ainda apontaram que, em média, a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) envia 50 boletins de ocorrência por mês para o Cram, sendo que dentro deste montante também estão inclusos os registros realizados nos plantões policiais de Votuporanga. “Vale destacar que entre as mulheres atendidas na unidade, nenhuma morte foi registrada”, informou o órgão.
“Os casos chegam ao Cram principalmente por meio de encaminhamento da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), como também podem ser encaminhados de outros órgãos do município, como Cras (Centro de Referência de Assistência Social), e Creas (Centro de Referência Especializada em Assistência Social), unidades de educação, unidades de saúde, entre outros serviços. A mulher ou algum familiar também podem buscar orientações ou acompanhamento na própria unidade do Cram”, explicou a Secretaria Municipal de Assistência Social.
A pasta explicou que o atendimento no local “fundamenta-se no questionamento das relações de gênero baseadas na dominação e opressão dos homens sobre as mulheres, que têm legitimado e perpetuado as desigualdades e a violência de gênero”.
A equipe técnica do Centro de Referência e Atendimento à Mulher informou que trabalha nos atendimentos individuais e/ou familiares, ou em grupos, as situações de violência sofridas pelas mulheres, sem ferir o direito à autodeterminação, de forma a assegurar o poder de decisão sobre suas vidas e seus corpos, promovendo meios para o empoderamento e fortalecimento da autoestima, para que a mulher possa romper com o ciclo de violência e os espaços de dependência, exploração e subordinação que constrangem suas vidas no plano pessoal, econômico, político e social.
“Além desse tipo de atendimento, a equipe realiza visitas domiciliares, encaminhamentos, contatos telefônicos para a mulher e/ou seus familiares, para a rede de atendimento e demais órgãos que possam contribuir para o rompimento da violência e da conquista de sua autonomia”, explicou a pasta.
Para combater a violência contra a mulher, no domingo (25), foi celebrado o Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher.
As denúncias de violência contra mulheres podem ser feitas através do disque 180 (pode ser de forma anônima), Ouvidoria Municipal (também de forma anônima, se desejar) e Delegacia de Defesa da Mulher. “O Cram também recebe denúncias, porém, só realiza o acompanhamento da mulher se ela o desejar, tendo em vista sua liberdade e autonomia. Para tanto, quando não é identificado algum tipo de violência doméstica tipificada pela Lei 11.340/ 06 (Lei Maria da Penha), são realizadas as devidas orientações e a mulher (ou familiar) é orientada a buscar órgãos competentes que possam realizar seu adequado atendimento”, informou ao A Cidade.
O Cram está localizado na rua São Paulo, 2959, bairro Patrimônio Novo, e atende pelo (17) 3423-5367.