Segundo a Prefeitura de Votuporanga, a obra que estava prevista para o segundo semestre deste ano, pode ficar para o primeiro semestre do ano que vem
Valdir Garcia afirmou que já pensou em fechar a loja por conta do prejuízo (Gabriele Reginaldo/A Cidade)
Gabriele Reginaldo
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A obra de revitalização da rua Amazonas, que teve início na primeira quinzena de março, está gerando reclamações dos comerciantes daquele trecho, entre as ruas Ceará e Paraíba, que compreende cerca de 80 metros. Segundo a Prefeitura de Votuporanga, a obra, que estava prevista para o segundo semestre deste ano, pode ficar para o primeiro semestre do ano que vem. De acordo com o gestor da obra, Waldir Petenucci, o contrato com a empresa vai até o dia 30 de janeiro, portanto ele ressaltou que as obras estão dentro do prazo.
Segundo os comerciantes do quarteirão – que não quis ser identificado – em que a obra está sendo realizada, as vendas do comércio caíram por conta da duração da construção. A proprietária de uma loja do trecho há 25 anos afirmou que “as vendas diminuíram em cerca de 70%. Estamos em ano de crise, Copa do Mundo e eleição e uma obra dessa fez o ano ser perdido. As pessoas nem estacionam mais aqui. Nos sentimos enganados desde o início, porque disseram que ela ficaria pronta em 90 dias e já passou o prazo. Agora, disseram até novembro, vamos esperar”.
Já o proprietário de uma loja de roupas, Valdir Garcia, afirmou que já pensou em fechar a loja. “As vendas também caíram em cerca de 70% e estamos no prejuízo. Não temos mais consumidores nesse quarteirão e várias lojas já fecharam”, disse ao A Cidade.
Vandreia Monteiro também é proprietária de uma loja de roupas há quatro anos naquele quarteirão e afirmou que as vendas caíram. “As minhas vendas caíram em cerca de 50% e não esperava que a obra demorasse tanto, porque disseram que duraria até três meses. Nós até fizemos abaixo assinado antes de começar porque não queríamos a obra por saber que iria prejudicar, como está acontecendo agora”, explicou.
Um motorista que não quis ser identificado, de 70 anos, afirmou que “está complicado passar por esse trecho com os nossos veículos, precisamos tomar cuidado e prestar atenção”. Já um ciclista, Felipe Roberto Mathar Martins, de 26 anos, afirmou que “a obra é para uma melhoria e a população deve ter paciência, porque o trecho vai ficar melhor”.
Segundo o gestor da obra, Waldir Petenucci, no início do mês seria realizada a remoção do atual asfalto do trecho de 80 metros da rua Amazonas. “O asfalto está alto e vamos retirar para poder nivelar a rua. A empresa contratada ficou de iniciar o serviço nessa segunda-feira, mas por conta do tempo de chuva, criaria um transtorno, então eles nos pediram para esperar os dias de chuva. Mas a ordem do prefeito é dar acessibilidade na rua Amazonas, então as calçadas estão prontas e vamos passar para a passagem de fios subterrâneos e a remoção dos postes, sendo que esse é um trabalho que não vai incomodar ninguém. O transtorno maior é o asfalto, que tem um prazo de 20 dias para ficar pronto. A empresa tem a intenção de entregar a obra até novembro”, garantiu ao A Cidade.
Acidente
Na manhã de ontem, um acidente de carro foi registrado no local. Uma Parati caiu em buraco e precisou ser retirada com ajuda. Um vídeo foi postado nas redes sociais mostrando o momento da ocorrência. “O acidente aconteceu por volta das 10h30 e tivemos que ajudar a empurrar o carro, que precisou ir para uma oficina”, contou Vandreia Monteiro, proprietária de uma loja de roupas da rua Amazonas.
“Imediatamente, uma equipe da Secretaria de Obras já efetuou os reparos necessários ontem. É importante ressaltar que a Prefeitura vem acompanhando e fiscalizando esta obra por meio de equipe técnica da Secretaria de Obras, oferecendo todo suporte necessário aos comerciantes, assim como havia sido previsto desde o início”, garantiu o Executivo.
A obra
De acordo com a Prefeitura, a revitalização da rua Santa Catarina, no trecho entre a Amazonas e Pernambuco, realizada no fim do ano passado, também faz parte dessa obra que recebe investimentos de cerca de R$ 950 mil, com aproximadamente R$ 830 mil de recursos do Ministério do Turismo, oriundos de emenda do então deputado federal e atual prefeito João Dado, e o restante como contrapartida da Prefeitura.
“A obra é uma extensão da revitalização da principal via de comércio da cidade e proporcionará mais mobilidade, conforto e comodidade aos pedestres que contarão com calçadas mais largas com total acessibilidade, bancos, floreiras, lixeiras e uma paisagem digna de cartão postal”, afirmou a Administração Pública.
