Dr. Salxixa e Dra. Florzinha levam alegria para crianças internadas, transformando risos no melhor remédio
(Foto: Divulgação/Santa Casa)
O bom humor transforma. O som de gargalhadas é muito mais contagioso do que qualquer tosse ou espirro. Quando o riso é compartilhado, une as pessoas e aumenta a felicidade. Já dizia o ditado popular: rir é o melhor remédio. Dr. Salxixa e Dra. Florzinha, do grupo Ospalhaço- Operação Saúde, sabem que é verdade e comprovam a tese semanalmente na Santa Casa de Votuporanga.
Toda a concentração de Kethelyn Vitória Rodrigues de Souza, de dois anos e seis meses, no celular foi interrompida com a chegada dos palhaços. A menina deixa o aparelho eletrônico de lado e interage com os “doutores”. Naquele momento, nasce uma amizade que é eternizada na foto entregue à paciente. “Eu gostei, porque ele é o Salxixa e deu foto”, afirmou Kethelyn.
Sua mãe, Tamara Vieira Rodrigues de Souza, é só elogios para Salxixa e Florzinha, voluntários há anos no Hospital. “É incrível o trabalho deles. Nossas crianças ficam tristinhas por estarem internadas e eles mudam tudo isso, animando e divertindo”, disse.
Na janela do quarto, de frente à pracinha, Paulo Gabryel Silva de Jesus, de quatro anos, analisa toda a movimentação dos palhaços e pede a visita. Há dois dias na Instituição, com pneumonia, seu sorriso se abre após bolhas de sabão mágicas. Sua mãe Andrea Ferreira Silva de Jesus entra na brincadeira e até toma “injeção” com os doutores. “Eu amei e tenho certeza que meu filho também, se distraiu bastante”, falou.
Voltar a ser criança, sem medo do riso. Assim foi com Brenda Rafaele Chaves, mãe da pequena Ana Cecília Chaves de Jesus, de apenas um ano e quatro meses. “Os voluntários trazem alegria para o Hospital e para os pacientes, que muitas vezes estão tristinhos. Com eles, fazemos a festa, foi demais”, disse.
Com uma mala cheia de apetrechos, jaleco e maquiagem adequada, Álvaro Rovares dá a vida ao Dr. Salxixa há 14 anos na Santa Casa. Mais do que objetos, a bagagem de Álvaro está repleta de amor. Amor pela arte, pela risoterapia, por crianças. “Fui convidado e até iniciar na Instituição, passei por treinamentos. Me descobri e este processo é diário, a cada quarto, um novo aprendizado”, afirmou.
Sua companheira Letícia Mirele é a Dra. Florzinha há seis anos. “No começo, tinha receio porque não conhecia o ambiente hospitalar. Mas me encantei por ver os benefícios. A risoterapia pode auxiliar em 30% na recuperação dos pacientes”, contou.
Salvando vidas, fazendo palhaçadas ou sorrindo no corredor. Seja qual for o adjetivo escolhido, estes doutores atuam voluntariamente duas vezes por semana no Hospital, visitando todos os leitos da Pediatria. “A presença dos palhaços tem relação com a distração e a redução dos aspectos negativos da hospitalização, além de oferecer um momento de alegria e leveza num espaço tão cheio de preocupações, angústias e dor como o Hospital", explicou Taiani Lanjoni Fantini, psicóloga da Pediatria, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e Maternidade da Santa Casa.
Os benefícios ficam apenas naquela ala. A alegria é contagiante e atinge diversos setores. “Nossos palhaços fazem trabalho muito importante para as crianças, que se sentem envolvidas nas atividades lúdicas. A presença do palhaço no ambiente hospitalar contribui para fortalecer o vínculo das crianças com suas famílias e também para um melhor entendimento, de como a arte, se bem inserida no ambiente, pode amparar o tratamento médico e qualificar as relações entre profissionais de saúde e pacientes”, afirmou o coordenador do Grupo de Trabalho de Humanização, Adriano Marques.
O provedor da Santa Casa, Luiz Fernando Góes Liévana, agradeceu os palhaços. “Dr. Salxixa e Dra. Florzinha são especiais para nossos assistidos, que sentem esta alegria, conforto e distração, contribuindo com a humanização dos atendimentos”, concluiu.