Casa e escritório de mulher que tem ligação com suspeita presa em São Paulo, foram fiscalizados por agentes federais
Jociano Garofolo
Votuporanga, mais uma vez, voltou a ser destaque no cenário nacional, em investigações da Polícia Federal. Uma mulher, supostamente com ligação com uma suspeita presa em São Paulo, teve casa e escritório na cidade fiscalizados ontem durante a “Operação Lava Jato”, contra lavagem de dinheiro. Os trabalhos dos policiais foram desencadeados em 17 municípios de seis estados e do Distrito Federal.
Em todo o Brasil, dezenas de mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Agentes da Polícia Federal do Paraná, que comanda a operação, estiveram em Votuporanga. Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Foram apreendidos computadores e documentos na casa e no escritório de uma contadora, que teria ligações com uma mulher presa em São Paulo por comercializar dólares ilegalmente.
A operação ocorre em 17 cidades do Paraná, São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Mato Grosso. Por enquanto, foram cumpridos 81 mandados de busca e apreensão, 24 de prisões preventivas e temporárias e 15 de condução coercitiva, quando o suspeito é levado até a delegacia para prestar depoimento. Conforme a PF, os recursos investigados passam de R$ 10 bilhões.
Conforme a PF, as investigações - que correm em segredo de justiça - eram realizadas desde 2013, e o montante bilionário foi arrecadado em três anos. O suspeito de chefiar a quadrilha foi preso no Distrito Federal. Segundo a PF, a operação foi batizada de “Lava Jato”, porque um dos envolvidos usava uma lavanderia e um posto de combustível como fachada. De acordo com a PF, eram três etapas. Na primeira, as organizações criminosas de diversos segmentos, como tráfico de drogas, contrabando de pedras preciosas, corrupção e desvio de recursos públicos, procuravam doleiros para ‘lavar o dinheiro’.
Na segunda, os doleiros, localizados em Estados como São Paulo, Paraná e no Distrito Federal, utilizavam empresas de fachada na China e Hong Kong para simular operações de importação e exportação e enviar o dinheiro para fora do país, o que dava uma aparência de legalidade às transações. A terceira e última etapa começava depois que o dinheiro chegava à China. Os recursos eram reenviados aos criminosos por meio de transferências para contas no exterior ou mesmo no Brasil. Os dados finais da operação devem ser divulgados hoje.