O jornal A Cidade conversou com o presidente do Sindicato Rural de Votuporanga para entender os prejuízos trazidos pelo 'friozão'
Na segunda-feira (19), o dia amanheceu gelado em Votuporanga; Uelinton Peres, presidente do Sindicato Rural, comenta sobre impactos na agropecuária (Imagens: The Weather Channel e A Cidade)
Da redação
A semana começou gelada em Votuporanga, como antecipado pelo jornal
A Cidade. Mas, apesar do "friozão" de segunda-feira (19), que amanheceu com os institutos meteorológicos marcando 6ºC, a previsão é que o clima esquente com o passar dos dias desta semana.
A reportagem conversou com Uelinton Garcia Peres, presidente do Sindicato Rural de Votuporanga, para entender os impactos, prejuízos e consequências dessas ondas de frio que acometem a região.
Impactos
O presidente explicou que essas mudanças bruscas, para baixo, na temperatura prejudica as pastagens da região, principalmente quando ocorrem as geadas, como foi o caso da última onda de frio que passou pelo município.
"Nas baixadas, que ficam perto de rios, chegou a gear. E onde a geada bate, o prejuízo é bem grande. Quando é só o frio, não. Mas, além do frio, o vento frio que atrapalha bastante, principalmente as pastagens, porque nós não temos, agora, para colher, feijão, soja, arroz. Essa colheita, agora, não existe", disse Peres.
Quando questionado pela reportagem sobre a dimensão do prejuízo trazido pela última onda de frio, o presidente do sindicato ressaltou que ainda não há dados oficiais sobre isso, apenas preliminares.
"Por causa dessa onda de frio, no caso do prejuízo das pastagens, houve a necessidade de se aumentar o trato para os animais. Isso prejudicou bastante. Então, pelo menos, 30% foi o prejuízo geral", disse.
Quando há prejuízo, seja no que for e pelo que for, geralmente é no bolso no consumidor que ele pesa. Considerando o contexto da agropecuária e o preço da carne, é uma possibilidade, segundo Uelinton Peres. Mas não para agora.
"Agora, os açougues e frigoríficos estão abastecidos, então o preço da arroba do boi está se mantendo. Acredito que, de imediato, não vai haver acréscimo no preço da carne. Acho que, se houver algum acréscimo, vai ser daqui dois ou três meses", explicou o presidente.
Próximos dias
Os institutos meteorológicos já alertavam uma mudança brusca na temperatura para domingo (18). E a semana começou com os agasalhos sendo resgatados, de novo, no guarda-roupa.
Esse mesmo alerta vale para esta terça-feira (20) - cuja mínima prevista é de 3ºC, mais baixa ainda que a de segunda e a menor da semana - e quarta-feira (21), que a mínima é de 9ºC. Já as máximas previstas para esta terça e quarta estão mais altas que a de segunda: 25ºC e 29ºC, respectivamente.
A partir de quinta-feira (22), o clima deve voltar a esquentar no município. A mínima prevista é de 11ºC, enquanto a máxima é de 31ºC. Na sexta (23), o dia deve ser um pouco mais quente, com mínima de 12ºC e máxima de 33ºC.
No fim de semana, a temperatura continua esquentando. No sábado (24), a mínima prevista é de 14ºC e a máxima é de 31ºC. Já no domingo (25), a previsão vai de 17ºC a 32ºC.
Na semana seguinte, os institutos meteorológicos estimam que a subida da temperatura vai continuar em Votuporanga. Até lá, os agasalhos provavelmente já terão voltado aos guarda-roupas.
Outro ponto importante das estimativas meteorológicas é que não há previsão de chuvas para esta semana. Ou seja, o tempo vai continuar seco, um problema que a região vem enfrentando há meses.
Seca
A seca prolongada é o principal problema que vem prejudicando a agropecuária da região, de acordo com o presidente do Sindicato Rural. E as ondas de frio pioram o cenário.
"O grande problema da nossa região é a seca. Essa, sim, vem prejudicando bastante. O frio complementou o prejuízo que a seca vinha dando. Enquanto a gente estava esperando chuva, veio o frio intenso, que atrapalha bastante", disse Uelinton.