Para analisar como a classe política local avalia a questão, nossa reportagem ouviu os detentores de mandato eletivo e constatou que o assunto ainda gera dúvidas
Na semana passada, alguns votuporanguenses chegaram a se manifestar pelo voto impresso (Foto: Reprodução)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Uma enquete promovida pelo jornal
A Cidade junto aos vereadores de Votuporanga revela que a maioria é favorável ou indiferente ao voto impresso auditável, projeto em tramitação na Câmara dos Deputados que tem gerado polêmica nos últimos dias. Na semana passada, alguns votuporanguenses chegaram a se manifestar pela aprovação, por meio de faixas espalhadas pela cidade, enquanto outros criticam a proposta pelas redes sociais.
Para analisar como a classe política local avalia a questão, nossa reportagem ouviu os detentores de mandato eletivo e constatou que o assunto ainda gera dúvidas até em quem está diretamente envolvido no processo eleitoral.
De todos os vereadores ouvidos, apenas Jurandir Benedito da Silva, o Jura (PSB), é declaradamente contrário ao projeto. Segundo ele, o único objetivo da proposta e tumultuar o processo eleitoral. “O Lula já foi eleito e derrotado nas urnas eletrônicas, o próprio Bolsonaro foi eleito pelo atual sistema. O TSE tem todo um sistema de segurança e falar em voto impresso em um momento como esse é retroceder no tempo”, disse ele.
Daniel David (MDB) já pensa de outra forma. Segundo ele, qualquer mecanismo a mais de segurança é bem-vindo. “O Brasil, infelizmente, é um país de incertezas em algumas questões, então eu gostaria do voto no papel mesmo”, disse ele.
Sueli Friósi (Avante), Cabo Renato Abdala (Patriota) e Thiago Gualberto (PSD) comungam da mesma opinião. Para Sueli, o atual sistema é vulnerável ao ataque de hackers e a auditagem seria uma forma a mais de segurança. Cabo Renato, por sua vez, afirmou que é favorável a toda forma de transparência em todos os atos políticos e públicos. “O voto auditavel não vai deixar de ser secreto e continuará sendo o ato democrático de escolha de representantes. Quando você utiliza o seu cartão de crédito, você olha, confere o valor no visor e confirma a transação, na sequência imprime o recibo e guarda. Esse recibo é a segurança para possível contestação de cobrança irregular. No voto auditavel funciona da mesma forma, mas o recibo vai para a urna”, completou.
Já Thiago Gualberto afirma que, ao contrário do que se comenta, o voto impresso não é um retrocesso, mas sim um avanço para a democracia. “Entendo que o voto impresso auditável é uma segurança para o cidadão de que sua escolha foi respeitada. Na nossa sociedade em que a tecnologia avança a cada momento e com ela a possibilidade de fraudes, essa medida acho que se faz necessária. O voto impresso auditável, então, não é um retrocesso e sim, para mim, uma evolução de uma sociedade que quer ter sua voz ouvida e sua decisão respeitada”, ponderou Thiago Gualberto.
Indiferente
Para Osmair Ferrari (PSDB), as duas opções são válidas e aparentemente seguras. “Não vejo problema em nenhuma das duas opções. Já tivemos pedidos de recontagem de votos aqui mesmo em Votuporanga e na época o resultado foi o mesmo”, disse Osmair.
Professor Djalma (Podemos) tem opinião semelhante. “Participei das eleições com o sistema atual e fui duas vezes derrotado e agora saí vencedor, então eu confio nele com toda certeza, pois nas vezes que eu perdi eu entendi que foi uma escolha da população e hoje como vitorioso vejo como algo real. Para mim não tem diferença”, completou.
Em dúvida
Carlim Despachante (PSDB), Nilton Santiago (MDB), Valdecir Lio (MDB), Jezebel (Podemos) e Chandelly Protetor (Podemos) disseram que ainda não possuem opinião formada sobre o projeto e que iriam se inteirar do assunto para depois se manifestarem.
Com problemas de saúde, Missionária Ednalva (DEM) não participou da enquete. MehedeMeidão (DEM) e Serginho da Farmácia (PSDB) não atenderam e nem retornaram o contato.
FAVORÁVEIS
Daniel David (MDB)
Sueli Friósi (Avante)
Cabo Renato Abdala (Patriota)
Thiago Gualberto (PSD)
CONTRA
Jura (PSB)
INDIFERENTE
Osmair Ferrari (PSDB)
Professor Djalma (Podemos)
NÃO OPINARAM
Carlim Despachante (PSDB)
Nilton Santiago (MDB)
Valdecir Lio (MDB)
Jezebel (Podemos)
Chandelly Protetor (Podemos)
NÃO RESPONDERAM
Missionária Ednalva (DEM)
Mehde Meidão (DEM)
Serginho da Farmácia (PSDB)