Cabo Renato Abdala (Patriota) chamou a atenção sobre o valor que será pago e disse que a Administração pretende sacrificar 1,3 mil animais
O pregão para a compra de R$ 50 mil em medicamentos para eutanásia gerou discussão na Câmara (Foto: A Cidade)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Um pregão de R$ 50 mil feito pela Prefeitura de Votuporanga para a aquisição de medicamentos utilizados na eutanásia de animais gerou discussão na sessão ordinária de segunda-feira (17), da Câmara Municipal. A questão foi levantada pelo vereador Cabo Renato Abdala (Patriota), que chamou a atenção para os valores que serão pagos pelo município para sacrificar cães e gatos.
De acordo com o parlamentar, o preço que será pago pela Administração Municipal ao longo dos próximos 12 meses é superior ao valor encontrado no mercado. Ele ainda disse que com os 80 frascos previstos no registro de preço será possível sacrificar 1,3 mil animais.
“Trabalhei em clínica veterinária, sei como funciona a eutanásia. Entrei em contato com veterinário, fiz contato com o fabricante e 0,3 ml intravenosa é o necessário por animal. Da para matar 1,3 mil cães e gatos aproximadamente. Uma breve pesquisa sobre os valores, eu não vou explorar a questão do valor, um veterinário disse para mim que hoje tem medicamento de R$ 5,50 ou R$ 6,50, que faz a eutanásia. Esse T-61, já não é mais quase encontrado no mercado, porque a produção dele, por si só, é de elevado custo. A Prefeitura de pretende nos próximos 12 meses, mandar para o saco aproximadamente 1,3 mil animais, é uma média de oito animais por dia útil”, disse o vereador.
As contas do edil, porém, foram questionadas por alguns de seus colegas de casa. Segundo a vereadora Sueli Friósi (Avante) a bula do medicamento indica 0,3 ml por quilo e não por animal.
“Tem que calcular o kg do animal a 0,3 ml. Se o meu cachorro tem 35 kg, se for fazer a eutanásia, eu tenho que pegar os 35 kg e multiplicar por 0,3 ml. Toma cuidado com as suas análises, quando for questionar qualquer coisa deste tipo. Primeiro aprenda a ler e calcular. Não é só 0,3 ml por animal é por kg em cada animal”, disse a vereadora.
Sobre a utilização do medicamento em questão, Nilton Santiago (MDB) disse que ele é utilizado em razão de um acordo com as ONGs protetoras de animais, já que ele causaria menos sofrimento na hora do sacrifício.
“Eu era controlador do Centro de Endemias e Zoonoses, foi discutido com vários segmentos, proteção animal, ONGs, que esse produto era o que trazia menos sofrimento no momento da eutanásia. E os animais ali eutanasiados são positivos por leishmaniose visceral. Que até o momento, o tratamento não existia. Hoje, existe o tratamento que é muito caro. E é ele que alivia e não deixa ter esse sofrimento no momento da eutanásia”, afirmou.
O fato foi confirmado pelo vereador Chandelly Protetor (Podemos), que teria participado dessas reuniões.
“Nós protetores e ONGs somos contra a eutanásia em animais com Leishmaniose e somos favoráveis ao tratamento, mas infelizmente, por conta de uma portaria do Ministério da Saúde, o animal quando está com Leishmaniose e vai para o Centro de Zoonoses, eles têm que respeitar essa portaria e acabam fazendo a eutanásia. Já que não tinha como fazer o tratamento através do poder público, à época, exigimos o medicamento de mais qualidade que pudesse oferecer menos sofrimento para o animal, naquele momento que é o mais triste, o de tirar a sua vida. Foi o que nós conversamos na época e exigimos da Secretaria”, concluiu.