A Prefeitura informou que a instalação de cancelas é de responsabilidade da concessionária operadora da ferrovia
Sem fim: moradores do bairro Palmeiras II convivem há mais de vinte anos com o problema (Foto: A Cidade)
Da redação
Moradores do bairro Palmeiras II, em Votuporanga, convivem há mais de vinte anos com o problema de travessia na linha do trem. A novela é antiga e ainda não se sabe quando e como será o fim.
De acordo com munícipes daquela região, a passagem do trem, sem cancelas, coloca em risco a vida da população que frequenta o local todos os dias.
Fotos e vídeos enviados pelos morados para o jornal A Cidade mostram grandes filas de carros e pessoas muito próximas à linha do trem esperando a passagem em horários comerciais.
Um homem que mora no bairro há mais de 20 anos diz ficar preocupado com a vida de idosos e crianças que trafegam naquele local. “Muitas crianças também andam ao longo da via férrea, a pé ou de bicicleta. Por passar por diversos bairros e não ter muros ou gradis separando o trilho, a população tem livre acesso. O pessoal que mora nos bairros atrás passa direto na linha do trem para cortar caminho. Mas quando o trem vem, ele buzina então os moradores já sabem”, falou.
Outra preocupação é a questão de perder horários por conta da passagem inesperada do trem e por não ter por onde passar sem ser por aquele caminho. “Já fui muito prejudicado na questão de cumprimento de horários, cheguei atrasado a vários compromissos por ter que esperar a passagem do trem, atrasos que variam de 10 a 15 minutos. Eu como morador não acredito que a Prefeitura possa revolver esse problema”, contou.
O A Cidade entrou em contato com a Prefeitura e a questionou quanto à falta de proteção e cancelas no local e sobre os investimentos na segurança. A nota diz que “a instalação de cancelas é de responsabilidade da concessionária operadora da ferrovia. A Prefeitura de Votuporanga desenvolve projeto de regularização da drenagem ferroviária, revitalização da sinalização horizontal e divisores de fluxos e melhorias na iluminação e na sinalização das ruas que dão acesso a passagem de veículos”.
A Prefeitura informou ainda que “todos os cruzamentos com a linha férrea em Votuporanga receberam diversas melhorias de sinalização aérea e de solo no último ano por meio de acordo firmado pela Prefeitura e a concessionária Rumo ALL, com anuência do Ministério Público. Entre as ações executadas constaram pavimentação asfáltica, construção de guias, sarjetas, calçamento, corrimão, melhorias das sinalizações de Atenção e Pare, pintura de solo e instalação de redutores de velocidade. Todas as medidas visaram melhorar a segurança e mobilidade dos munícipes”.
O Executivo explicou que o prefeito João Dado esteve na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília, em junho deste ano, em reunião com o Gerente da Agência, Evandro Torquato Sobrado. Na oportunidade, o prefeito foi informado de que a transposição da linha férrea de Votuporanga está em 8º lugar na ordem de priorização de investimentos sugeridos pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPA).
O A Cidade também conversou com a concessionária Rumo ALL que é responsável pela ferrovia e em nota eles responderam que “a empresa esclarece que as passagens em nível de Votuporanga são devidamente sinalizadas. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a linha férrea é sempre preferencial. É obrigatório que os veículos parem e se certifiquem de que não há trens se aproximando antes de efetuar o cruzamento. Atravessar uma passagem em nível sem antes parar é infração gravíssima. Os abalroamentos são ocasionados por desrespeito às leis de trânsito, a instalação de cancelas não é um item eficaz e não faz parte das obrigações da concessionária previstas na legislação”.
(Colaborou Lígia Ruiz)