Jociano Garofolo
A Justiça condenou ontem Jhonatan Júnio dos Santos a 12 anos e oito meses de prisão, sem direito a apelar em liberdade, por tentativa de homicídio triplamente qualificada contra a vida de Tonny Pires Custódio, que aconeteceu em abril deste ano, próximo a uma boate da cidade. A culpabilidade do réu foi aprovada pelo conselho de sentença e a pena estabelecida pelo juiz de Direito, Jorge Canil.
Por pouco mais de sete horas, acusação e defesa debateram os acontecimentos da noite do crime e a participação do réu nos acontecimentos. Os promotores José Vieira da Costa Neto e Eduardo Martins Boiati defenderam desde o princípio que o réu não deveria ser visto como um participante nas agressões, mas como um dos autores. Já a advogada de defesa, Cláudia Cristina Diez Andrade, utilizou-se da estratégia da negativa de autoria e tentou provar que Jhonatan não participara em nenhum momento do espancamento.
Com a presença de vários estudantes de Direito, moradores da comunidade e 23, dos 25 nomes sorteados para formar o conselho de sentença, o julgamento começou por volta das 9h15, no Tribunal do Fórum da Comarca de Votuporanga.
O conselho de sentença foi formado por Maraísa Beraldo Sanches, Walter Biaccio Lelis Ferreira, Lucas Barbosa Lopes de Souza, Ana Paula Navarrete Munhoz, Uelinton Garcia Peres, Fernando Luis Rossini e Agliberto Hélder Teixeira Nunes.
Na sequência, Jorge Canil leu aos jurados um breve histórico sobre a denúncia do Ministério Público contra o réu. Jhonatan Júnio Santos responderia por, junto com seus companheiros, ter acertado "voadoras", socos, chutes e pisões na cabeça de Tonny, que causaram lesões corporais irreversíveis.
Os depoimentos começaram com a presença da vítima, que, segundo a família, contrariou recomendações médicas para comparecer ao Tribunal. Debilitado e sem conseguir falar em voz alta, Tonny revelou não lembrar de maiores detalhes sobre o fato, mas emocionou os presentes ao falar sobre detalhes da sua recuperação. Além de Tonny, também foram ouvidos três amigos da vítima, duas mulheres que prestaram os primeiros socorros, um segurança da boate e o réu.
Após o debate das partes, que demorou cerca de duas horas e meia, o conselho de sentença se reuniu a portas fechadas para decidir sobre a sorte do acusado e se ele era responsável por todas as acusações de lhe eram atribuídas.
Por volta das 17h15, o juiz Jorge Canil, respaldado pela decisão dos jurados, condenou Jhonatan Junio Santos à pena de 12 anos e oito meses de reclusão, em regime inicial fechado, sem direito de apelar em liberdade. O pai de Tonny, Nelson Custódio, que acompanhou a todo o julgamento, disse que ficou satisfeito com a setença. "Apesar de todo o sofrimento e da luta que meu filho passou, a justiça foi feita", afirmou.
Leia na íntegra a versão online