Estudo clínico é realizado no Hospital, com objetivo de desenvolver novas maneiras de controlar a doença
A Santa Casa de Votuporanga desenvolve estudo clínico sobre Diabetes tipo 2 em crianças e adolescentes. A Unidade de Pesquisas Clínicas (UNIPEC) está à procura de pacientes voluntários com idade entre 10 a 17 anos, que juntamente com seus responsáveis, tenham interesse em participar desta análise.
O estudo visa descobrir se o medicamento em investigação para Diabetes tipo 2 funciona de maneira segura e efetiva no controle dos níveis de açúcar no sangue em crianças e adolescentes. Cerca de 170 voluntários participarão do estudo. “Há algumas exigências que eles precisam atender; como por exemplo, não ter tomado medicamentos orais para diabetes nas últimas 12 semanas”, disse a enfermeira da UNIPEC, Mariane de Oliveira Faria.
A farmacêutica da Unidade, Elen Cristiane Bucalon, ressaltou que a medicação em estudo já é aprovada por agências regulatórias de diversas regiões do mundo para tratamento em diabetes nos adultos, porém é considerada em investigação porque não foi avaliada em crianças e adolescentes. “Pesquisas que envolvem menores de idade são importantes para melhorar a forma como controlamos e prescrevemos medicamentos a pacientes mais jovens. Precisamos aprender mais sobre como seu organismo em desenvolvimento responde ao tratamento com a medicação”, explicou.
Durante a pesquisa, os voluntários receberão todos os cuidados médicos necessários por uma equipe multidisciplinar. “Além de receber o tratamento por 12 meses, os pacientes contribuirão ativamente para as pesquisas contra o diabetes e para um melhor controle da doença”, enfatizou a coordenadora da UNIPEC, Renée Costa Amorim.
O provedor da Santa Casa, Luiz Fernando Góes Liévana, destacou o trabalho da Unidade de Pesquisa, que coloca a Instituição em evidência no Brasil. “Desenvolvemos estudos em diversas áreas, visando sempre contribuir na qualidade assistencial, incorporação de novas tecnologias e na promoção e acesso à medicina mais atual, com foco na segurança dos nossos pacientes. Nesta pesquisa, queremos dar nossa contribuição ao tratamento de diabetes tipo 2, especialmente em crianças e adolescentes, que têm sido cada vez mais acometidas com a doença”, afirmou.
O Diabetes tipo 2 vem aumentando consideravelmente nos últimos anos em crianças e adolescentes na mesma proporção dos índices de obesidade do país. No Brasil, o número de crianças pequenas acima do peso é cada vez maior: dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já mostraram que, em meninos e meninas entre 5 e 9 anos, as taxas aumentaram cerca de quatro vezes em um período de dez anos, de 4,1% a 16,6% e de 2,4% para 11,8%, respectivamente. “A obesidade, junto com o sedentarismo e alimentação inadequada é uma das causas do aumento da doença”, explicou o pediatra e investigador do estudo, Victor Hugo Chiquetto Faria.
Mauro Esteves Hernandes, cardiologista e investigador da pesquisa, acrescenta que o antecedente familiar tem um papel fundamental na ocorrência do Diabetes tipo 2 nesta faixa etária. “Os indivíduos afetados têm, pelo menos, um dos parentes de primeiro ou segundo grau que apresentam a doença. Na maioria dos pacientes, o diagnóstico de DM2 poderá ser baseado na apresentação clínica e no curso da doença. O diagnóstico deve ser suspeito, sobretudo em pacientes adolescentes, negros, obesos, muitas vezes sem queixas clínicas, com história familiar positiva para a doença, e apresentando hiperglicemia e/ou glicosúria em exame de rotina”, explicou.
Os interessados em participar devem procurar a Unidade de Pesquisas Clínicas, no telefone 3423-5306.
Critérios para participar:
- Ter 10 a 17 anos de idade
-Ter nível de A1C (Teste de Hemoglobina glicada) entre 6,5% e 10%
- Não ter tomado medicamentos orais para diabetes nas últimas 12 semanas