O júri teve início às 9h, no Fórum da Comarca de Votuporanga, e terminou por volta das 13h15
Francisco Assis da Silva foi julgado e absolvido pelo Tribunal do Júri do Fórum da Comarca de Votuporanga ontem (Foto: Aline Ruiz/A Cidade)
Aline Ruiz
Francisco Assis da Silva, autor confesso das machadadas que que causaram a morte de seu enteado, Luciano Rodrigues Negrão, de 31 anos, foi julgado e absolvido pelo Tribunal do Júri do Fórum da Comarca de Votuporanga nesta sexta-feira (10). Segundo a acusação formulada pelo Ministério Público, o réu empregou recursos que dificultaram a defesa da vítima, a defesa, porém, sustentou a tese de legítima defesa, ganhando a aceitação dos jurados, sendo o acusado absolvido pela maioria dos votos.
O júri teve início às 9h, no Fórum da Comarca de Votuporanga, e terminou por volta das 13h15. Durante a leitura da sentença, o juiz Jorge Canil afirmou que o Conselho de Sentença reconheceu a materialidade, a letalidade e a autoria, acolhendo a tese absolutória, prejudicados os demais quesitos e absolvendo o réu Francisco Assis da Silva.
Em conversa com o A Cidade, o advogado de defesa, Dr. Jaime Pimental, acredita que a decisão dos jurados foi justa. “Não houve testemunhas para serem ouvidas, mas com as evidencias que ficaram no local foi possível convencer os jurados que o réu agiu em legítima defesa, já que a vítima teria pego uma faca, não dando ao acusado outra saída”, explicou o advogado.
Dr. Jaime alegou ainda que os antecedentes criminais da vítima também contribuíram para a absolvição do réu. “A vítima já tinha pulado o muro para tentar entrar na casa da mãe, já tinha tentado arrombar a porta, dois dias antes do crime ele tentou matar a mãe, além disso, ele tinha várias passagens pela polícia por agressão. Em contrapartida, o réu nunca teve antecedentes, sempre foi trabalhador, criou a vítima e a outra enteada como filhos desde pequeno, acredito que a Justiça foi feita”, comemorou.
Relembre o caso
Segundo o boletim de ocorrência, Luciano Rodrigues Negrão, 31 anos, foi encontrado por volta das 5h, deitado em sua cama, apenas de cuecas e com sangue espalhado pelo corpo e pelo chão. Ao lado, estavam um machado sujo de sangue e uma faca.
A mãe dele, na época, disse à polícia que foi agredida pelo filho no sábado (10). Ela teria registrado boletim de ocorrência e se refugiado na casa de vizinhos. Na noite de domingo (11) ela voltou para a casa e não encontrou o filho. Então, ela e o marido foram dormir.
No início da manhã de segunda-feira (12), a mãe da vítima disse ter acordado com um barulho que lembrava tiros. Ela não viu o marido ao seu lado e foi até o quarto do filho, onde o encontrou já sem vida. Após o crime, o padrasto fugiu, mas se entregou para a polícia dias depois. Já no início de março, a Polícia Científica de Votuporanga realizou a reconstituição do caso.
Jurados
O sorteio dos 25 jurados foi realizado no dia 19 de outubro, na Sala de Sentença da 1ª Vara do Fórum da Comarca de Votuporanga. Ontem, os sorteados participaram de um novo sorteio, que selecionou sete jurados para a Formação do Conselho de Sentença. Os nomes sorteados foram: Poliana Martins Falchi; Luciane Aparecida Bronca Maranini; Laís Dias de Souza; Luciana Manzini dos Santos; Idineu Possoni Júnior; Sérgio Luís Peres Merlotti e Isac Ferreira da Silva