Ex-secretário de obras de Votuporanga cobrava para liberar contratos pela Caixa Federal para construtor de Jales; ele foi preso em flagrante
Engenheiro e ex-secretário de Obras de Votuporanga foi preso em flagrante pela polícia (Foto: Reprodução/TV TEM)
O empresário que denunciou um esquema de propina de um
engenheiro que vistoriava obras financiadas pela Caixa Econômica Federal disse
para a Polícia Federal que teve de pagar cerca de R$ 50 mil para ter liberação
em um contrato de empréstimo. O engenheiro foi preso em flagrante nesta
sexta-feira (2).
O empresário que prefere não se identificar diz que, os
pedidos de dinheiro começaram há dois anos, na primeira vistoria feita pelo
engenheiro no conjunto habitacional e, continuaram no decorrer da obra.
“Por se tratar do primeiro empreendimento que eu fiz com a
Caixa Econômica Federal eu não tinha noção de como isso funcionava. Não achei
estranho, até então, porque eu depositava na conta bancária dele. Eu não me
lembro se era dele, se era de uma empresa dele, mas era na conta bancária dele.
Eu só descobri que não era normal depois que eu comecei a falar com superintendentes,
com pessoas do alto escalão da caixa”, contou.
O engenheiro, que foi secretário de Obras de Votuporanga de
janeiro de 2011 a outubro daquele ano, foi levado para a cadeia de Santa Fé do
Sul. O advogado dele disse que ainda não tinha conhecimento da acusação por
isso não ia comentar o assunto. A Caixa Econômica Federal disse que assim que
for notificada vai contribuir com as investigações da Polícia Federal.
O engenheiro era terceirizado pelo banco e segundo as
investigações cobrava propina para liberar os contratos. Imagens feitas pela
Polícia Federal mostram o momento em que o engenheiro civil é abordado, em
frente à agência da Caixa, em Jales.
Antônio Paro, de 63 anos, foi preso em flagrante por
corrupção. Segundo a PF, ele tinha acabado de receber R$ 5 mil de propina. A
polícia conseguiu fazer o flagrante depois da denúncia de um construtor.
“A partir dessa comunicação começamos a monitorar a situação
e foi possível confirmar na sexta-feira com base em uma ligação que o valor
combinado de R$ 5 mil foi entregue para o engenheiro, e nesse momento fizemos a
abordagem e configurou crime de corrupção”, afirmou o delegado Cristiano Pádua
da Silva.
Os R$ 5 mil apreendidos foram devolvidos ao construtor.
Agora a Polícia Federal vai investigar se existem mais vítimas e pessoas
envolvidas no esquema. “Temos alguns outros elementos de prova, inclusive o
celular dele, e vamos verificar se há participação de empregados da Caixa”,
disse o delegado.
*G1