Programa Profissão Repórter, da Rede Globo, exibiu o drama de família e amigos do jovem talento dos rodeios Fábio Quirino
Pai de Fábio Quirino com as fotos do filho: perda da família comoveu o país na quarta-feira
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
A morte do peão de rodeio Fábio Quirino, de 17 anos, que comoveu Cosmorama e toda a região no fim de setembro, durante uma montaria, voltou a virar notícia, emocionando desta vez todo o país, na noite da última quarta-feira (16). O drama de amigos e familiares foi mostrado em rede nacional no programa Profissão Repórter, da Rede Globo, especial sobre o mundo do rodeio.
O programa, como é de costume, desenvolve um tema sobre vários pontos de vistas. Mostrou o milionário rodeio em touros de Las Vegas, o sonho do estrelato de norte a sul do país, e o sofrimento de quando o animal vence os oito segundos. O fim da vida de Fábio, no rodeio de Cosmorama, mostrou o lado com final triste das montarias.
Em Cosmorama, a equipe da Globo foi até a Arena onde o peão Fábio Quirino fez a sua última montaria na festa da cidade. A queda aconteceu logo depois de a porteira abrir para a prova. Em seguida, o animal o pisoteou a vítima com as patas traseiras.
Segundo informações da polícia, o peão sofreu lesões no tórax, pulmão e pescoço. O peão foi atendido por paramédicos que estavam no recinto da festa e socorrido ao pronto-socorro de Cosmorama. Entretanto, ele não resistiu e morreu. Ele era considerado uma revelação.
A reportagem mostra a entrevista de um dos salva-vidas que trabalharam na festa, Douglas Dias, que contou que conversou com Fábio antes da montaria. “Antes de ele montar no boi, conversou comigo, e eu falei que o touro costumava rodar na esquerda. Ele disse que ia para cima do animal”, comentou, na tentativa de somar mais pontos.
“Foi um choque muito grande. Não teve como a gente chegar. Foi nele cair mesmo, ficou embaixo do touro”, comentou o salva-vidas. Um amigo de Fábio também foi entrevistado. Nilton da Cruz mostrou pelo celular um vídeo da montaria de Quirino na primeira noite, em que conquistou a segunda melhor nota. “Foi a pior coisa que já presenciei”, afirmou.
O repórter também visitou familiares de Fábio. O pai, Antônio Rodrigues, disse emocionado que a falta do filho é muito grande. “Se foi um campeão aqui, será no céu também”.
Seguro
A reportagem do programa também levantou a informação de que a família de Fábio está até hoje sem receber a indenização, a qual tem direito segundo a lei que regulamenta os rodeios. A Lei nº 10.519 de 17 de julho de 2002, que prevê no artigo seis que “os organizadores do rodeio ficam obrigados a contratar seguro pessoal de vida ou por invalidez, permanente ou temporária, em favor dos profissionais do rodeio”.
Entretanto, para fazer o pagamento, a seguradora exige um exame de sangue para saber se a vítima consumiu álcool ou drogas. “O médico do IML não fez. O seguro pede ao menos uma declaração dele informando que não vez o exame”, disse a irmã de Fábio, Danitieli Rodrigues. Em seguida, a irmã foi até o IML de Votuporanga, anexo ao prédio da Delegacia Seccional, onde foi informada pelo médico que atende no local de que só poderia fazer a declaração após ordem do delegado responsável pelo inquérito sobre o acidente. A família, segundo a reportagem, ainda aguarda a indenização, que segundo o pai de Fábio, terá parte usada para construir uma capela sobre o túmulo dele, no Cemitério de Cosmorama.