Luis Carlos Pereira é acusado de ter matado Sirley com golpes de facão em plena luz do dia no Pozzobon e fugir após o crime
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
Um dos casos de violência contra a mulher mais bárbaros da história recente de Votuporanga segue sem um desfecho na Justiça, três anos e meio depois. Luiz Carlos Mendes Pereira, o “Cachorrão”, é acusado de ter matado com golpes de facão Sirley Aparecida de Melo, com quem mantinha relações, no meio da rua e em plena luz do dia, no bairro Pozzobon. Após crime, o suspeito fugiu, foi denunciado à Justiça pelo crime, mas nunca foi julgado.
Como sumiu desde o dia do crime e nunca foi preso, o processo se encontra “suspenso” no Fórum da Comarca de Votuporanga. Em abril deste ano, o juiz de Direito Camilo Resegue Neto, respondendo pela 4ª Vara, solicitou informações acerca de cumprimento de mandado de prisão, expedido contra o réu no dia 20 de junho de 2013, ainda não concretizado.
Em 21 de junho de 2013, quatro meses após o assassinato de Sirley, a juíza Daniella Camberlingo Querobim, então titular da 4ª Vara Judicial intimou Cachorrão à comparecer em Juízo, por conta das acusações inclusas no inquérito policial concluído pela equipe da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher).
A investigação apurou que, no dia 6 de fevereiro de 2013, por volta de 6h30, na esquina da rua Joaquim Serafim da Silva com a rua Rio Solimões, Pozzobon, Luiz Carlos Mendes Pereira, conhecido por “Cachorrão”, “agindo com inequívoca intenção de matar, por motivo torpe, usando meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, desferiu golpes com instrumento cortante de grande porte contra sua namorada Sirley Aparecida de Melo”, causando-lhe a morte.
Cachorrão foi denunciado pelo Ministério público pelo crime. Foi apurado que o acusado mantinha relacionamento amoroso com a vítima havia cerca de 20 anos. “Os desentendimentos do casal eram constantes, pois Luiz Carlos era casado e toda vez que Sirley tentava acabar com o namoro, Cachorrão reagia de maneira agressiva. No diante anterior aos fatos, o acusado recebeu medida protetiva, proibindo-o de se aproximar da vítima.
Esse fato teria deixado ele furioso, “fazendo nascer em seu espírito a torpe vontade de matar a vítima. Além disso, o acusado não aceitava o fim do relacionamento extraconjugal mantido com a vítima, diante do ciúme e do sentimento de posse que tinha pela vítima, o que reforçou a torpeza de seus motivos para matá-la”, afirma a denúncia.
O crime
Na data dos fatos, o acusado encontrou-se com a vítima, que estava se dirigindo ao ponto de ônibus para ir ao trabalho. O acusado alcançou Sirley e arrastou-a pelo braço, derrubando a mulher no chão. A vítima tentou se desvencilhar, mas foi novamente agarrada e arrastada pelo acusado até seu veículo, um GM Monza SL/E, placas CEN-7284-Lençóis Paulista/SP, cor bege, que estava estacionado nas imediações.
Mesmo tendo a vítima resistido, o acusado conseguiu colocá-la a força no seu veículo. A vítima caiu ao tentar sair do automóvel, momento em que o acusado passou a lhe desferir golpes de podão ou um facão que não foi apreendido. O acusado desferiu vários golpes com aquele instrumento contra a vítima, que sofreu hemorragia externa e traumatismo crânio-encefálico, ferimentos esses que lhe causaram a morte.
Além de vários cortes profundos nos braços da vítima, ela sofreu também um corte profundo na região cervical (nuca) e corte que decepou a mão. Mas, apesar da gravidade destes ferimentos, a vítima não morreu instantaneamente, pois quando a polícia chegou ao local ela ainda estava agonizando e sofrendo. Foi decretada a prisão temporária do acusado, contudo, ele está foragido. Informações não oficiais dão conta de que ele pode ter se dirigido no Mato Grosso ou até fora do país, no Paraguai.
O carro dele foi apreendido pela PM. Estava abandonado em um posto de combustíveis, à margem da rodovia Euclides da Cunha no dia 14 de fevereiro de 2013, mas sem pistas do proprietário.