Sequestro e tortura de casal em fevereiro estariam relacionados com morte de Francisco dos Santos, que teve corpo jogado em córrego
Jociano garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
O trabalho de meses de apuração de informações da equipe da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Votuporanga identificou o corpo do homem encontrado em decomposição nas águas do Córrego Cabrito, no mês de fevereiro. Mais que isso, revela que ele pode ter sido vítima de um assassinato cruel relacionado com os mesmos autores do assalto e tortura de um casal, que acabaram presos enquanto tentavam sacar dinheiro em um banco, na rua Amazonas.
O corpo foi encontrado no córrego perto da Vila Carvalho no dia 22 de fevereiro, enquanto o assalto ao casal aconteceu no dia 19 do mesmo mês. A polícia suspeita de que os quatro autores do roubo ao casal teriam matado Francisco Dias dos Santos, de 50 anos porque ele pretendia delatar a intenção do grupo de torturar o casal.
Após ser morto com requintes de crueldade, o corpo de Francisco teria sido jogado no córrego, onde foi encontrado posteriormente.
Entenda a investigação
Na manhã de 22 de fevereiro de 2016, um pescador encontrou o corpo de um homem morto em adiantado estado de putrefação, parcialmente submerso no Córrego do Cabrito, na região da Vila Carvalho, à margem da rodovia Péricles Belini, a SP-461, na altura do quilômetro 114 mais 200 metros.
Já no dia 7 de abril, a senhora M.F.S.S., procurou a DIG informando que o irmão dela, Francisco Dias dos Santos, de 50 anos, que morava em uma propriedade rural perto da Vila Carvalho, estava desaparecido desde o início do ano. A mulher teve acesso às fotografias do cadáver encontrado no Córrego do Cabrito, nele encontrando algumas semelhanças do irmão desaparecido.
O setor de investigação da DIG, que já trabalhava no caso desde o encontro do cadáver, passou a trabalhar com a hipótese de que o desaparecimento de Francisco estava relacionado com a localização do corpo. E mais, que poderia se tratar de assassinato.
Aprofundando os trabalhos, foi esclarecido que Francisco residia na Chácara Santa Luzia, às margens da rodovia Péricles Belini, imediações da Vila Carvalho, onde também residia o casal E.C., de 26 anos e F.M.S., de 17 anos.
Chamou a atenção dos investigadores que esse casal é o mesmo que esteve envolvido, juntamente com H.C., de 44 anos, D.H.S.A., de 22 anos e J.C.S.O., de 46 anos, no roubo ocorrido no dia 19 de fevereiro, figurando como vítimas um casal morador de uma propriedade rural, também das proximidades.
Na ocasião, eles foram presos quando levaram as vítimas até uma agência bancária no Centro de Votuporanga, na rua Amazonas, coagindo um homem a fazer um saque. A vítima conseguiu denunciar os ladrões E.C., H.C., D.H.S.A e J.C.S.O. à Polícia Militar e eles foram presos.
Três deles encontram-se até hoje detidos em Presidente Prudente, aguardando julgamento. Já J.C.S.O, o único detido na época que se encontra em liberdade, foi preso ontem temporariamente, em razão de representação formulada pelo delegado Márcio Nosse, acolhida ao juiz da 2ª Vara Criminal da Comarca, nos autos do inquérito policial instaurado para a apuração do homicídio.
Motivação
A polícia trabalha com a hipótese de que a vítima teria descoberto os planos dos quatro suspeitos em praticar o roubo do casal, e como teria manifestado a intenção de delatá-los, acabou sendo morta com requintes de crueldade, segundo levantado pela investigação até aqui. O corpo teria sido lançado no córrego com a intenção de ser ocultado.
Segundo a DIG, é certo que as evidências concretas de que o corpo encontrado trata-se de Francisco, sendo ainda aguardados os exames de DNA e de impressões digitais. A prisão temporária de J.C.S.O. tem o prazo de 30 dias, período em que a DIG pretende concluir as investigações e submeter os investigados à Justiça.