Policiais cumpriram mandado de prisão expedido pela Justiça e encaminharam Antônio Laranja à unidade prisional da região
Jociano Garofolo
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A Polícia Militar de Valentim Gentil prendeu na manhã de ontem Antônio Carlos Laranja, o conhecido "Tonim Laranja", acusado de provocar um acidente de trânsito e sequestrar a ex-namorada, em caso que ganhou grande repercussão na região. Antônio foi encaminhado para o Distrito Policial da cidade para ser autuado.
Antônio foi detido por policiais militares de Valentim, que o levaram ao DP. Em seguida, foi transferido para uma cadeia pública da região, provavelmente a de Jales, onde deve cumprir a prisão preventiva.
A ordem de prisão do suspeito foi expedida na noite da última sexta-feira (17) pela Justiça de Votuporanga, a pedido da delegada que cuida do caso, Karina Tirapelli, após ouvir o depoimento da vítima, Sidineia Pantano. Na versão da mulher, ela foi sequestrada e mantida por cerca de 24 horas sob ameaças, e só foi libertada após concordar que não era mantida na presença do ex-namorado à força.
Sidineia se apresentou na delegacia na tarde de sexta-feira (17), acompanhada pelos advogados do autor, que disseram não houve sequestro. Na versão deles, o casal mantém um relacionamento e "ficaram juntos" na noite após o sumiço.
Segundo a versão de Sidineia, ela obedeceu Laranja por conhecer o jeito violento dele, e por temer sua agressividade, já que ele parecia estar entorpecido por uso da droga crack. "Senti muito, muito medo. Abalou o meu psicológico. Não desejo a ninguém o que eu passei", disse a mulher com exclusividade ao A Cidade.
O suspeito teria começado então a "cair em si" apenas na manhã seguinte ao rapto, e a conversar com ela sobre a "besteira" que fez. Sidineia teria sido orientada a "limpar a barra dele". Segundo a polícia, ela teria liberdade desde que dissesse à polícia que estava com o sequestrador de livre e espontânea vontade. Ela concordou, vendo na situação uma chance de sair do cativeiro.
Antes de ser liberada, a vítima teria ouvido as maiores ameaças já feitas pelo ex-namorado até hoje. O suspeito, segundo a versão da vítima, disse que se ela não falasse que estava com ele por que quis, iria atingi-la por onde mais amava, que pegaria a filha na escola e iria "enterrá-la sem a cabeça", e que se acaso fosse preso, tem contatos do lado de fora que matariam a família toda dela.
"Ela saiu de lá decidida a falar que estava porque ela quis. Foi levada até perto de um frigorífico onde encontrou os advogados, que a levaram de carro até a delegacia. Quando ela chegou no DP e começou a falar comigo, mostrou nervosismo. Tinha lesões no corpo. Achei estranho o fato de ela estar usando blusa de lã, sendo que estava calor",a firmou a delegada Karina Tirapelli. Agora, o caso prossegue sob investigação para a conclusão do inquérito policial.