Juiz Edmundo Lellis pronunciou o réu por ter ateado fogo na namorada no litoral paulista; caso de Votuporanga segue na 5ª vara
Jociano Garofolo
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O juiz de Direito Edmundo Lellis Filho, da Vara de Júri/Execuções da Comarca de Santos pronunciou João Henrique Rodrigues Cassiano, o Buiú, pelo assassinato da jovem Mariângela Lima de Morais, em agosto do ano passado, no litoral de São Paulo. A vítima teve o corpo incendiado por Buiú, então namorado dela, e morreu dias após ficar internada.
Com a pronúncia, Buiú será julgado por um júri popular por homicídio qualificado e deve permanecer preso até o dia a ser agendado. “O réu sera submetido a julgamento pelo Egrégio Tribunal do Júri desta Comarca. O pronunciado deverá aguardar o julgamento preso, uma vez presentes os requisitos ensejadores da custódia cautelar, notadamente para assegurar a ordem pública, ante a gravidade da atividade delitiva e a periculosidade do acusado. Decisão diversa geraria reflexos negativos na sociedade, gerando um sentimento de impunidade e insegurança”, escreveu o juiz.
Cabe recurso à defesa, mas caso o advogado nomeado para o caso preferir que o processo siga, a acusação feita pelo Ministério Público de Santos e a defesa terão prazo para apresentar suas teses. Só então, o julgamento deve ter dia e hora agendados. O caso teve uma audiência de instrução realizada no dia 24 de abril, no Fórum de Santos, em que foram ouvidos depoimentos de testemunhas e a versão do próprio réu.
Caso Aline
Buiú também responde por outro assassinato bárbaro de uma ex-namorada em Votuporanga. Em 2014, ele matou com golpes de faca e atirou do segundo andar de um prédio a jovem Aline Barboza, com quem teve um relacionamento no passado. Após o crime, o acusado fugiu, foi para Santos e voltou a matar.
O processo do homicídio de Aline corre no Fórum de Votuporanga, na 5ª Vara, e está em etapa menos avançada. No final do mês passado, o juiz que cuida do caso, Sérgio Martins Barbatto Junior intimou o advogado Fabio Luis Binati, que foi nomeado para defender o réu João Henrique Rodrigues Cassiano, bem como para apresentação de defesa escrita, no prazo de 10 dias.
Os crimes de Buiú
Buiú foi preso no diia 14 de outubro de 2015, após ficar dois meses foragido por atear fogo na namorada em Guarujá, no litoral de São Paulo. O crime aconteceu em Santos no começo de agosto quando ele e a namorada, identificada como Mariângela Lima de Morais, tiveram uma discussão e ele a agrediu antes de incendiar o corpo da companheira.
Mariângela foi internada em um hospital da cidade e ficou 16 dias internada em estado gravíssimo, até que não resistiu aos ferimentos e morreu. Câmeras da Prefeitura de Santos localizadas no bairro José Menino captaram o momento em que João Henrique Rodrigues Cassiano, mais conhecido como Buiú, agride a namorada repetidamente, antes de atear fogo em seu corpo e fugir do local.
João Henrique foi localizado por policiais militares após eles terem recebido uma denúncia anônima de que o homem, que mora na rua, era suspeito de dois assassinatos. Os agentes se deslocaram até a avenida Leomil, onde encontraram Buiú.
De acordo com informações do boletim de ocorrência, os policiais revistaram o suspeito e não encontraram nada de irregular com o morador de rua. Ao perguntar sobre o assassinato de Mariângela, o suspeito assumiu que ateou fogo na vítima no dia 8 de agosto de 2015 e recebeu voz de prisão. Ele foi encaminhado até a Cadeia Pública de Guarujá, onde permaneceu preso.
Essa não é a primeira vez que Buiú é indiciado como suspeito de matar uma companheira. Em fevereiro de 2014 o rapaz foi denunciado por familiares de Aline Camila da Silva Barboza por ter assassinado a moça no município de Votuporanga. Ao ser detido pelos policiais em Guarujá, ele também assumiu que esfaqueou Aline no ano anterior usando um canivete e a jogou da janela de um prédio.