João Victor Alves de Souza foi atingido por um disparo no peito e morreu no local da abordagem
Jociano Garofolo
A rotina dos moradores do Residencial Noroeste, em Votuporanga, foi drasticamente alterada por um fato violento, na noite da última terça-feira (24). Um jovem de 16 anos, armado com um revólver, morreu baleado por um policial militar, após ter, na companhia de um comparsa, alvejado uma casa no bairro São João e fugido por ruas da cidade.
João Victor Alves de Souza foi atingido por um disparo no peito e morreu no local da abordagem. Segundo nota enviada à imprensa pelo comandante da PM de Votuporanga, capitão Edson Fávero, por volta das 18h, houve troca de agressões físicas entre dois rapazes, por motivo fútil. Pouco depois, às 21h30, um dos indivíduos se juntou a João Victor, que não estava envolvido no caso, e em uma motocicleta, foram até a residência do desafeto, onde foi efetuado disparo de arma de fogo contra a casa, pelo bairro São João e proferidas ameaças de morte.
Acionada, a Polícia Militar, diante da informação de que a dupla havia se evadido para o bairro Residencial Noroeste, conseguiu localizar a moto, que tentou a fuga. A dupla foi abordada na avenida José Campos Lário, quando tentava entrar na residência da mãe de um deles.
Diante da abordagem, o adolescente, que estava como passageiro, desobedeceu às ordens verbais dos policiais para que colocasse as mãos para cima e desembarcou da motocicleta sacando da cintura um revólver calibre 38, direcionando a arma para os policiais militares. “Diante de iminente e real ameaça, o policial militar efetuou um único disparo com sua pistola calibre 40, que atingiu o adolescente de 16 anos, que empunhava a arma, antes que ele efetuasse qualquer disparo contra os policiais”, descreveu o capitão.
Fávero escreveu que “a Polícia Militar lamenta que resultado tão indesejado tenha ocorrido, diante das circunstâncias elencadas. O efetivo da Polícia Militar passa constantemente por treinamentos de Procedimentos Operacionais Padrão, voltados para atuação dentro da legalidade e na preservação de vidas dos policiais, de inocentes e também dos infratores da lei”.
Há mais de uma década, ocorrência dessa natureza, morte por intervenção policial, não era registrada envolvendo efetivo de Votuporanga. “Nesse período, milhares de prisões foram realizadas, no incansável trabalho de combate da criminalidade”, descreveu o capitão.
Compareceu no local dos fatos o delegado Márcio Nosse, titular da DIG, e Oficiais da Polícia Militar, sendo instaurado Inquérito Policial pela Polícia Civil e Inquérito Policial Militar pela Polícia Militar para apurar, nos termos da lei, o ocorrido. Os documentos elaborados pelas polícias foram imediatamente enviados à Justiça Comum e Justiça Militar, para apreciação dos seus respectivos Ministério Público e Poder Judiciário. João Victor será sepultado hoje, às 10h, no Cemitério Municipal de Votuporanga.