Doutor José Manuel Ferreira Filho irá assumir a 3ª Vara Criminal em São José do Rio Preto na próxima segunda-feira
Juiz da 3ª Vara da Infância e Juventude de Votuporanga, dr. José Manuel Ferreira
Nathalia Almeida
nathalia@acidadevotuporanga.com.br
O juiz José Manuel Ferreira Filho, responsável pela 3ª Vara, que tem como atribuição a Infância e Juventude, se despede do Fórum nesta sexta-feira. Na próxima segunda-feira, ele já se apresentará na cidade de São José do Rio Preto, onde assumirá a 3ª Vara Criminal.
Doutor José Manuel Ferreira Filho também esteve à frente da diretoria do Fórum pelo biênio 2013/2014, quando assumiu após a aposentadoria do juiz Antônio Carlos Francisco. Além disso, ficou à frente da 3ª Vara do Fórum de Votuporanga por praticamente 10 anos.
Para fazer um balanço sobre os anos em que o juiz esteve em Votuporanga, a equipe do A Cidade entrevistou o Dr. José Manuel Ferreira Filho, que contou sobre o trabalho desempenhado na cidade.
A Cidade: Doutor, por quais Varas passou no município?
Juiz: Desde que cheguei a Votuporanga, vim para a 3ª Vara, que tem como atribuição a Infância e Juventude.
A Cidade: Desde quando é diretor do Fórum?
Juiz: Desde o início de 2013, quando assumi o lugar do Dr. Antônio Carlos Francisco, que se aposentou, fui escolhido para dirigir o Fórum de maneira consensual entre os juízes.
A Cidade: Quais as principais ações de destaque que realizou no Fórum?
Juiz: Como juiz da 3ª Vara não consigo me lembrar de nenhuma ação em especial, mas desde 2007 fazemos um trabalho junto com as escolas estaduais de Votuporanga. Na época, recebíamos muitas reclamações de problemas dentro do ambiente escolar, como ameaça e violência. Para conseguir chegar até a raiz do problema visitamos as mais problemáticas e fizemos um trabalho de conscientização junto com a Diretoria de Ensino de Votuporanga. Com essa ação, o problema foi amenizado.
A Cidade: Fez alguma reforma ou ampliação do prédio?
Juiz: Cheguei perto de concretizar a ampliação, porém o Governo do Estado entendeu que existiam outros fóruns mais necessitados do que o de Votuporanga.
A Cidade: Conseguiu melhorias para as condições de trabalho dos servidores?
Juiz: Sim, logo quando cheguei a Unifev fez a doação de vários ares-condionados para o Fórum, porém um tempo depois conseguimos adquirir aparelhos novos, assim doamos os antigos para outras instituições. Conseguimos também viaturas, tudo para melhorar as condições de trabalho.
A Cidade: Como está o processo de informatização do Fórum de Votuporanga?
Juiz: A primeira parte foi concluída, instalação do sistema SAJ PJ5, que é um sistema informatizado onde os processos e as sentenças são atualizados. A segunda etapa é a digitalização dos processos que deve ser concluída já no final deste ano.
A Cidade: Qual será seu cargo em Rio Preto?
Juiz: Titular da 3ª Vara Criminal.
A Cidade: Qual juiz passará a ser o diretor do Fórum?
Juiz: Os juízes estão se reunindo para decidir quem vai ficar.
A Cidade: O senhor deixa projetos pendentes para serem executados por seu sucessor?
Juiz: Na verdade, eu deixarei um resumo de todas as ações praticadas por mim para facilitar a tomada de decisões do próximo juiz que vier a assumir o cargo.
A Cidade: Como era o relacionamento com a equipe?
Juiz: Um ambiente dos mais agradáveis que já trabalhei, acredito que será difícil encontrar outros colaboradores assim. Será difícil me adaptar nessa nova etapa de trabalho, já que fiquei por tantos anos em Votuporanga, mas sei que é um passo necessário para a continuidade da minha carreira.
A Cidade: Gostaria de fazer algumas perguntas específicas sobre a 3ª Vara. Para o senhor, o que tem levado os jovens à criminalidade?
Juiz: Acredito que as drogas tem sido o que mais tem atraído os jovens para a criminalidade. Na maioria dos casos, eles precisam cometer delitos para conseguir sustentar o vício.
A Cidade: O que a Vara da Infância e Juventude de Votuporanga tem feito para ajudar esses jovens?
Juiz: Quando o problema vai à juízo, a Vara da Infância instaura um procedimento e tenta encaminhar o jovem novamente para a sociedade, com projetos sociais e até mesmo com tratamentos médicos. Quando o problema é extremo, solicita-se até a internação do adolescente.
A Cidade: Qual o papel da família nesse processo?
Juiz: É essencial, porém a maioria das famílias não é estruturada. Dessa forma, esses jovens não recebem nenhum tipo de apoio nesse sentido.
A Cidade: Como juiz da Infância e Juventude, quais ações que mais te trouxeram prazer e alegria em realizar?
Juiz: Não me lembro de nenhuma história em especial, na realidade, sempre procuro desempenhar meu trabalho de maneira igual. Para mim, todos os casos foram importantes ao longo da minha trajetória em Votuporanga.