Nelma Mitsue Penasso Kodama, que teria imóveis em Votuporanga, foi detida no sábado em Guarulhos, ao tentar ir para Milão
Nelma Mitsue Penasso Kodama, com contatos em Votuporanga, foi presa em Guarulhos
A Polícia Federal segue as investigações da Operação “Lava jato”, desen-cadeada na última segunda-feira (17) em seis estados e no Distrito Federal. Alvo da Operação Lava Jato, Nelma Mitsue Penasso Kodama, tem parentes e e teria imóveis em Votuporanga, foi presa pela Polícia Federal na madrugada de sábado, 15, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, quando tentava embarcar para Milão, na Itália, com € 200 mil escondidos sob a roupa.
Agentes da Polícia Federal do Paraná, que comanda a operação, estiveram em Votuporanga. Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos na cidade e foram apreendidos computadores e documentos na casa e no escritório de uma contadora, que teria ligações com Nelma. Essas ligações não foram explicadas pela PF, mas sabe-se que ela tem parentes em Votuporanga.
Durante a priosão dela, quase todo o dinheiro estava dentro da calcinha. A suspeita foi concunhada do ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos – condenado na emblemática Operação Anaconda, deflagrada em outubro de 2003 para combater suposto esquema de venda de sentenças judiciais. Nelma já estava com a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal em Curitiba, no âmbito da Lava Jato, sob suspeita de prática de lavagem de dinheiro.
Na Delegacia da PF em Cumbica, ela foi autuada em flagrante por tentativa de evasão de divisas. Quando a abordaram, os federais já tinham informações sobre o pacote de euros a partir de interceptação telefônica que estava em andamento. Nelma declarou que trabalha no ramo de design e decoração e que iria usar o dinheiro para fazer compras de bens móveis na Europa. Alegou que não declarou os valores porque a Secretaria da Receita Federal estaria fechada.
Além de Nelma, a Operação Lava Jato prendeu outros três doleiros, Alberto Youssef, Raul Srour e Carlos Habib Chater. Nelma foi condenada anteriormente em outra investigação da PF, denominada Dolce Vita. Em agosto de 2011, a Justiça Federal em São Paulo impôs a ela pena de 3 anos e meio de reclusão, por lavagem de dinheiro – sanção substituída por prestação pecuniária (doação de 150 salários mínimos a entidade assistencial) e prestação de serviços à comunidade.
De acordo com o delegado que coordena a investigação, Márcio Anselmo, a apuração focou, até agora, na transferência ilegal de dinheiro para o exterior. Em nove meses de trabalho, a PF descobriu centenas de contas bancárias que remetiam milhões de dólares para a China e Hong Kong. Ao todo, devem ser cumpridos 81 mandados de busca e apreensão, 18 de prisão preventiva, dez de prisão temporária e 19 de condução coercitiva – quando o suspeito é levado até a delegacia para prestar depoimento. Dentre as 24 pessoas detidas, há quatro doleiros. Houve, também, 15 conduções coercitivas.