A instituição tinha um teto mensal de R$ 27 mil no contrato SUS mas produzia R$ 112 mil
Valmir Dornelas é o novo provedor da Santa Casa
Andressa Aoki
Em nota ao jornal A Cidade, a assessoria de imprensa da Santa Casa de Votuporanga afirma que os serviços de neurologia/neurocirurgia continuam sendo objetivos do hospital, mas eles precisam ser restabelecidos em condições menos onerosas para a instituição, pois os custos e o déficit precisam ser administrados. “Não basta que a neurologia/neurocirurgia em Votuporanga seja um projeto da Santa Casa e do município. É preciso que a Secretaria de Estado da Saúde e que o Ministério da Saúde reconheçam e abracem esta causa, enxergando na Santa Casa de Votuporanga um instrumento de saúde importante para a atenção e cuidado na assistência em alta complexidade”, afirmou.
A Santa Casa de Votuporanga anunciou a suspensão dos serviços de neurologia/neurocirurgia para o Sistema Único de Saúde – SUS e para todos os convênios atendidos pelo hospital em julho do ano passado. Na ocasião, o hospital alegou que foram duas as razões: a falta de profissionais médicos e o alto custo dos serviços.
A instituição tinha um teto mensal de R$ 27 mil no contrato SUS para atender a média e a alta complexidade da neurologia/neurocirurgia, só que produzia aproximadamente R$ 112 mil. Para suprir a demanda, o hospital assumia um déficit de R$ 85 mil por mês, que não é pago pelo SUS, pois excede as cotas e os valores previstos no contrato. Mesmo com a insuficiência dos recursos da tabela SUS, o contrato previa uma média de atendimento de 12 pacientes por mês, enquanto que a demanda real mensal era de 17 procedimentos apenas na alta complexidade.
A Santa Casa foi credenciada pelo Ministério da Saúde para realizar procedimentos de alta complexidade em neurologia/neurocirurgia em novembro de 2008. De novembro de 2008 até junho do ano passado, o hospital havia realizado 2.300 procedimentos na média e alta complexidade, sendo que 78% foram de pacientes do SUS, vítimas de acidentes automobilísticos, principalmente com motos, que foram os casos de traumatismo craniano encefálico, como também os casos de acidente vascular cerebral – AVC, tumores, aneurismas e tantos outros.