"Para dar um medicamento, a primeira coisa que você tem que olhar é para a data de validade", ressalta Carlos Eduardo Ramalho Matta
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
A entrevista da semana da Rádio Cidade, do programa Jornal da Cidade, trouxe o farmacêutico Carlos Eduardo Ramalho Matta, que há 33 anos atua na drogaria Centrofarma. A experiência vem de família, de seu pai, Paulo Matta, que desde os oito anos de idade, trabalha no ramo. Na oportunidade, Carlos Matta frisou sobre medicamento vencido não deve ser utilizado, porque pode causar intoxicação. Confira a entrevista na íntegra:
Grupo A Cidade: Antigamente, a farmácia fazia de tudo. Os farmacêuticos tinham uma credibilidade muito grande. Antes das pessoas irem para o médico, elas passavam no farmacêutico para o olhar clínico. Existe isso ainda hoje?
Carlos Matta: Eram os farmacistas. Meu pai foi o último em atividade e parou há mais de 10 anos. Antigamente, se manipulava medicamentos mais grosseiramente, clinicava na farmácia. O serviço de atendimento de saúde era precário e o farmacista dava o primeiro socorro. Ele via se tinha necessidade de se deslocar ou não para São José do Rio Preto, porque aqui era deficitário.
Grupo A Cidade: Por que não pode verificar pressão na farmácia?
Carlos Matta: Existe uma nova resolução 44/2009 e veio para acertar isso dentro da drogaria. Hoje, chama-se atenção farmacêutica, que deve ser prestada única e exclusivamente para o farmacêutico responsável pelo estabelecimento e tem várias situações para ser realizada uma pressão arterial, teste de glicemia, temperatura corporal e aplicação de injeção. Ela tem que ser registrada no papel, tem que ter uma sala especial, tem que ser preenchido em formulário de duas vias, por isso que acabou ficando mais difícil. A estrutura da farmácia ficou difícil fazer um trabalho deste, Encaminhamos para os postos de atendimentos tanto os postinhos, como Mini Hospital do Pozzobon e UPA que veio desafogar este procedimento. Ficou muito burocrático este trabalho e passamos para a saúde do município.
Grupo A Cidade: Qual a diferença entre farmácia e drogaria?
Carlos Matta: A farmácia pode manipular o medicamento, são aquelas que comercializam e manipulam. A drogaria não pode manipular, ela comercializa o remédio pronto. Antigamente, tudo era farmácia e agora a Anvisa deu esta denominação para separar quem manipula.
Grupo A Cidade: Teve uma resolução para retirar os medicamentos das gondolas e serem somente no balcão. Mas isso já mudou. Porque as normas mudam?
Carlos Matta: Era medicamentos em gondolas que voltaram para lá. A Anvisa quer evitar a automedicação e pensando nisso, ela proibiu a mercadoria para fora do balcão, mas há três meses,, foi feito levantamento e chegou na conclusão que não tinha necessidade disso. São medicações simples analgésicas, antiácidos. São medicamentos sem tarjas.
Grupo A Cidade: Remédio com tarja vermelha também tem que ter receita, mesmo para uso contínuo?
Carlos Matta: Quando uso é continuo, o medico faz a prescrição com o escrito uso contínuo. Por um ano, a pessoa pode buscar o medicamento com a mesma receita. O que se mudou é com relação aos antibióticos. Eles passaram a ser controlados como eram os antidepressivos, calmantes. Precisam da receita em duas vias.
Grupo A Cidade: A pessoa nem sempre toma toda dose do medicamento. Ele guarda. Quais os cuidados que deve ter?
Carlos Matta: Para dar um medicamento, a primeira coisa que você tem que olhar é para a data de validade. Todos os medicamentos constam tanto na caixa como dentro de embalagem. Aquele produto vencido não deve ser utilizado, porque não surte efeito. Está sujeito a uma intoxicação. Se o prazo terminou, a química está sendo alterada. Pode ser para mais, para menos, onde tem que tomar cuidado. Para mais, pode dar intoxicação. Caixinha de sapato de medicamento, uma vez por mês, olhe e produto vencido você leva para Ecotudo. O Ecotudo é um projeto maravilhoso. Vencendo medicamento, vai separando, lacra o produto e leva para o Ecotudo e descarta no local correto. A medicação será incinerada em São José do Rio Preto. Ela não pode ser descartada na natureza.