Engenheiro esteve na Rádio Cidade e falou sobre vários assuntos como qualidade da água, plano diretor e obras assinadas por ele
Andressa Aoki
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O engenheiro Jesus Silva Melo foi convidado para participar do programa Jornal da Cidade, da Rádio Cidade nesta semana. Jesus abordou vários assuntos, inclusive sobre a qualidade de água de Votuporanga. Para ele, a água é de ótima qualidade. “Obedece todas as portarias do Ministério da Saúde”,disse.
Ele contou ainda do primeiro poço da cidade, o da Vila Muniz. “Foi uma grande conquista, conseguimos projetar e executar quase sem gasto para o município. A vazão é em torno de 5 mil litros por hora, uma quantidade extraordinária”, ressaltou.
Jesus Silva Melo frisou que a água do poço profundo é quase perfeita. “Só tem probleminha de pH mais alto, mas nos dois poços da cidade existem instalações para reduzir. O melhor é em torno de 7. PH vê se a água está básica ou ácida. A água pura teria sete. Os técnicos da Saev fazem monitoramento deste índice”, frisou.
O engenheiro disse ainda do abastecimento da cidade e da proposta em reverter o São José dos Dourados. “Houve época, que faltava água e tinha abastecimento através do Córrego do Marinheiro, onde era represa. Devido a inexistência de outras fontes de abastecimento, o único Córrego com potencial é Marinheiro ou Piedade, que foi pensado na reversão. A maior capacidade de água era o São José dos Dourados por ter vazão suficiente para atender Votuporanga em crescimento. Não deu certo porque era muito longe, muito caro, o prefeito Nabuco achou que era um investimento muito alto para o município, ai que fizemos a barragem do rio Marinheirinho para suprir as necessidades”, explicou. Nas décadas de 80 e 90, o município soube que estava sob o Aquífero Guarani, considerado como a maior reserva subterrânea de água doce do mundo.
Plano Diretor
O engenheiro contou que quando chegou na cidade, existia apenas o Patrimônio Velho, que era a parte mais antiga, formado pela firma de alemães que lotearam a cidade. “Tivemos algumas expansões boas, principalmente no bairro no bairro da Estação, que foi um projeto do arquiteto Prestes Maia, que dá nome em avenida. Tem ruas largas aquela região. Depois, foi feito o Plano Diretor na gestão do Dalvo Guedes e muita avenida aberta. Votuporanga carece de avenidas que fazem sentido leste/oeste, norte e sul em pista dupla. Isso deve ser cuidado pelas administrações”, disse.
Os alemães fizeram lotes grandes, que com as especulações imobiliárias, foram sendo divididos. Os lotes eram 20x40, hoje a maioria é 10x40. “O plano Diretor estabelecia normas gerais, comercial, industrial, residencial e houve algumas interferências. A divisão na parte residencial, comercial era bem nítida”,, complementou.
Trajetória
Jesus é formado em Engenharia de São Carlos, em 1962, na Universidade de São Paulo. São quase 50 anos de profissão. “Vim para Votuporanga para passar uns meses, mas o prefeito Hernani de Mattos Nabuco falou para meu pai me deixar aqui e fiquei até hoje. Na época, havia muitas ofertas, o campo de engenharia estava se abrindo no Brasil, até no exterior. Mas por questão de amor, fiquei na cidade”, contou.
Ele é filho de José Silva Melo, que começou como um alfaiate, comerciante e sócio de algumas lojas. “Chegou em 1942. Nós viemos de Poloni, meu avô disse que era para escolhermos uma cidade que estava se desenvolvendo e aqui estava abrindo a estrada de ferro. Ele achou por bem escolher Votuporanga porque seria mais progressista do que a região que estávamos. Vimos a cidade crescer e se tornar um belo município”, destacou.
Jesus Silva Melo realizou uma série de projetos, inclusive em parceria com o programa habitacional do Banco do Brasil. Algumas casas permanecem até hoje.
Uma de suas obras na cidade foi o Frigorífico 4 Rios, em 1969. “Também fiz laticínio da Só-nata e unidades residenciais em volta da São Bento, além de várias obras da construção civil”, complementou.
O engenheiro também trabalhou na Prefeitura nas gestões de Nabuco, Dalvo Guedes e em outras.