Prefeito fez o anúncio da São Paulo Borracha na manhã de ontem; empresa deve gerar 150 empregos diretos
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
O prefeito Junior Marão anunciou na manhã de ontem a vinda da São Paulo Borracha. A usina de borracha beneficiará o pequeno e médio produtor rural da região, que cultiva seringueira. Estiveram presentes no anúncio o secretário de Desenvolvimento Econômico, Diogo Mendes Vicentini, o gerente de compras da multinacional Goodyear, Emerson Gallo, Marcos Pavin, diretor da São Paulo Borracha, e o presidente da Norobor (Associação dos Produtores de Borracha do Noroeste Paulista), Osvaldo Rodolpho, acompanhado do vice-presidente, Adalberto de Freitas Caetano.
O cultivo de seringueiras (heveicultura), tornou-se destaque nos últimos anos, mostrando a potencialidade da agricultura do município. Segundo dados do escritório de Desenvolvimento Rural da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, Votuporanga possui 140 propriedades com plantio de seringueira. São quase 1.800 hectares de área e aproximadamente 900 mil pés de plantio, a maior produção da cultura entre mais de 60 municípios das regiões de Votuporanga, Fernandópolis, Jales e Araçatuba.
A usina será construída na vicinal Adriano Pedro Assi, conhecida como “estada do 27”, a 15 quilômetros de Votuporanga, próximo a Bell Champ. A intenção é que em 2013 a usina possa ser construída, para que inicie os trabalhos em 2014. De início, serão gerados entre 100 a 150 empregos diretos ligados à usina, fora os indiretos.
O processo de trabalho será constituído pela capitação de coágulos, que serão levados para a usina. Lá o material será manufaturado e transportado para grandes fornecedores, entre eles, a Goodyear. A usina terá 46 mil m², o equivalente a dois alqueires. De área construída serão 10 mil m².
O prefeito disse que mais de 80% da produção do Estado de São Paulo é feita na região de Votuporanga. Ele disse que fica feliz em proporcionar este empreendimento, pois será uma forma de incentivo aos produtores.
Na região existem usinas em Bálsamo e Cedral. “Em Votuporanga tem uma quantidade grande de produção e consequentemente, exploração. Aqui é canal de centralização e parte para grandes centros”, falou.
Uma das propostas é que o segmento possa se expandir em toda região e ser valorizado. Ele contou que o CIT (Centro de Inovação Tecnológico), que será implantando na cidade, está altamente ligado ao ciclo da borracha. O prefeito disse que a região de Votuporanga é uma das melhores do mundo para a heveicultura, sendo favorecida em solo e clima.
Crescimento
Carlos Alberto De Luca, engenheiro agrônomo, presidente da Comissão Técnica de Seringueira do Estado de São Paulo e diretor da Cati de Votuporanga, explicou que os produtores serão beneficiados em fazer o repasse para a usina, uma vez que a logística e o recebimento serão melhores. O espaço da localização da usina também receberá produtores de Sebastianópolis do Sul, Nhandeara, Macaubal, entre outros. “Tá bem localizado, o município vai ganhar e muito com este empreendimento”, disse.
Ele apresentou um rápido panorama da produção de borracha na região. Em 1996 foi realizado o primeiro levantamento de todas as propriedades no estado de São Paulo, onde foi constado que havia 40 mil hectares plantados e 2.472 propriedades. Em 2012, são 100 mil hectares plantados, em seis mil propriedades rurais.
Luca falou que devido a esta produção, houve a necessidade de ter capacitação de mão-de-obra, para que os profissionais possam atuar de maneira correta. De setembro até agora, foram realizados 30 cursos de sangria, com participação de 600 pessoas. Um sangrador trabalha, em média, com 800 árvores por dia, totalizando uma renda mensal que pode variar, chegando até a R$ 1.600.Mais informações sobre a qualificação de mão de obra pelo Escritório de Desenvolvimento Rural da CATI em Votuporanga pelo telefone (17) 3421-3188.