Leidiane Sabino
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Denilson Bertolaia começou um movimento popular com intenção de buscar solução para o problema das fossas sépticas nos bairros São Cosme e Damião, principalmente nos imóveis localizados na rua Deoclésio Lasso, lado ímpar e algumas adjacentes.
Nestes bairros há fossas há aproximadamente 40 anos. “Os moradores destes locais são de baixo poder aquisitivo e baixa escolaridade. Em alguns terrenos há até três casas, todas com fossas”, diz o relatório elaborado e protocolado na Saev (Superintendência de Água e Esgoto de Votuporanga) Ambiental.
Os resíduos das fossas são compostos de dejetos humanos, produtos de limpeza, óleo de cozinha, entre outros poluidores do meio ambiente.
O organizador do movimento explicou que na rua Deoclésio Lasso, nas casas do lado par, todos utilizam a rede pública de esgoto, pois os terrenos têm “caída” para a rua. “Já os moradores do lado ímpar, cujos terrenos são caídos para o fundo, alguns tem melhores condições financeiras, fizeram o aterro, mesmo parcial, e têm acesso à rede pública de esgoto. Entretanto, os que não têm condições de arcar com as despesas de infraestrutura, utilizam as fossas sépticas”, diz o relatório.
De acordo com Denilson, que não pode demolir suas casa, nem fazer aterro com muro de arrimo, não conseguem solucionar o problema.
Trinta moradores do São Cosme e Damião, nas ruas Deoclésio Lasso, Tapajós, Caipós e Aracajú, assinaram uma declaração de que têm em suas casas fossas sépticas. Ao longo de aproximadamente quatro décadas, foram fazendo fossas e mais fossas, por isso o quintal está cheio e sem lugar para mais fossas.
“Os moradores contaram que é feita uma fosse de três a cinco anos. Caso o período de chuva seja intenso, há o desmoronamento da beira das fossas e é construída outra”, disse Denilson.
O relatório elaborado por Denilson diz ainda que há fossas de todo tipo de construção. Uns só cavam o buraco e usam; outros revestem com pneus, tambor de ferro e poucos tijolos. Porém, sem observar as condições técnicas na construção das fossas. Além disso, a manutenção e limpeza são irregulares.
A maioria das fossas está nos fundos das residências, algumas em calçadas e até na divisa de terrenos e em áreas verdes. Muitas foram feitas nas portas das casas, nas calçadas e até próximo a bueiros, algumas estão até estragadas. Há ainda moradias em que a água da pia/cozinha corre a céu aberto.
“Como há décadas que são feitas as fossas na área urbana, de forma irregular. Há a possibilidade de contaminação do lençol freático. A área está próxima ao córrego que abastece a represa municipal”, explica o relatório.
Há moradores que têm fossas e pagam na conta de água a tarifa de esgoto; há outros que não pagam esta tarifa, por que solicitaram à Saev a não tarifação.
Denilson explicou que sozinhos, os moradores não conseguem resolver o problema e precisam de ajuda do Poder Público.
Foi também Denilson quem realizou um movimento para melhorar a numeração das casas do município, no ano de 2001.