Jornal A Cidade registrou a indignação do candidato a vereador, Beto Bertanhi, em frente ao Cartório
Karolline Bianconi
Quinze candidatos a vereador, que conseguiram expressiva quantidade de votos e estão com uma cadeira na Câmara Municipal, já comemoraram a vitória das urnas. Com o sucesso de alguns, outros não estão satisfeitos.
Na noite do último domingo, Beto Bertanhi questionava as pessoas em frente ao Cartório Eleitoral de Votuporanga o porquê de não ter sido divulgado a quantidade de votos que ele afirmava ter recebido da população, como candidato a vereador. Falando alto, cobrou por justiça e mostrava estar indignado com o resultado das urnas. A Polícia Militar não precisou contê-lo, mas sugeriu calma.
O jornal A Cidade entrou em contato na tarde de ontem com o chefe do Cartório de Votuporanga, Ivan Oliveira de Sousa, para saber o que de fato ocorreu com Bertanhi e também com outro candidato, Michel da Tatuagem, que não estaria satisfeito.
Ele explicou que o pedido de candidatura, precisamente dos dois candidatos a vereador, foi indeferido porque estes não preencheram os requisitos mínimos para que uma pessoa concorra ao respectivo cargo político. Ambos não justificaram o voto e não pagaram uma multa, que é obrigatória quando não se vota. Porém, quando decidiram concorrer às eleições, pagaram a pendência. “Foi tardio”, disse Ivan.
Sendo assim, recorreram ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, mas os desembargadores mantiveram a decisão da juiza eleitoral local, Carolina Concenzo.
Novamente, os candidatos recorreram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em Brasília. Por ser um órgão que está julgando casos semelhantes em todo o Brasil, os votos não serão computados.
“Se o TSE manter o indeferimento do pedido de regularização, os votos que eles receberam serão computados como nulos. Agora, se o TSE deferir o pedido, vai mudar a decisão da justiça. Se for o caso, os candidatos até poderão tomar posse se obtiveram a quantidade necessária de votos”, explicou.
Ivan frisou que desde o dia decisão estipulada pela juíza de Votuporanga, foi exposto a ambos candidatos que estes teriam direito à trabalhar em campanha eleitoral por conta e risco. Ele reforçou que o caso foi semelhante ao ex-candidato a prefeitura de Valentim Gentil, Liberato Rocha Caldeira: existia o risco de ser cassado, mas mesmo assim, concorreu. Quando viu que possivelmente perderia para a justiça, decidiu indicar sua esposa, Rosa Caldeira. Ela foi a única mulher eleita na Comarca de Votuporanga, obtendo 3.937 votos.