Leidiane Sabino
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Os representantes das Santas Casas do Estado de São Paulo que participaram da reunião na manhã de ontem, às 10h, no Espaço Unifev Saúde, em Votuporanga, com o objetivo de sensibilizar os governos para as necessidades eminentes do setor filantrópico, contaram um pouco dos problemas que estão enfrentando.
Celso Zanuto, provedor da Santa Casa de Ourinhos, disse que a gestão da Santa Casa de Votuporanga é exemplo. Ele falou ainda que é avalista de R$6 milhões em empréstimos do hospital. “Fazemos isso para a Santa Casa ficar de pé. Colocamos em risco o nosso patrimônio particular para fazer algo ao hospital, à nossa cidade e região. Todo o país está sofrendo com este descaso. Nos últimos anos, não tivemos ajuda nenhuma; a saúde está sucateada e vai falir mais rápido do que a gente imagina”.
Sebastião Carlos Aizo, provedor da Santa Casa de Assis, contou que a dívida das Santas Casas brasileiras é de R$11,8 bi, cresce R$2 bilhões ao ano e há oito anos a tabela SUS (que determina quanto o governo vai pagar pelos serviços) não é reajustada. “Temos o prédio da UTI pronto, mas o Governo mandou camas sucateadas e não temos verba para manter a UTI”.
“Não temos dinheiro para pagar o 13° salário dos funcionários. Temos uma UTI fechada desde maio, porque ela recebe R$80 mil do SUS e gastava R$200 mil por mês. O futuro das Santas Casas depende de nós, precisamos fazer um movimento forte”, falou Jorge José Elias, provedor da Santa Casa de Capivari.
“Quando entrei na Santa Casa, ouvi que a gestão não era bem feita e, quanto mais eu aprendo sobre gestão, mais sei que falta recurso para a saúde”, disse Fábio Dutra, interventor da Santa Casa de Birigui.
“A gente não consegue sequer falar com o governador. Não estamos fazendo reunião para prejudicar ninguém, mas o nosso orçamento está prejudicado e o próprio governador admitiu recentemente, em Fernandópolis, que o SUS para 40% menos do que deveria”, desabafou Fausto Agreli, administrador da Santa Casa de Fernandópolis.