Antônio Cegana disse que cada dependente químico internado gera um gasto mensal de R$1.500,00
Leidiane Sabino
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O trabalho realizado pela Comunidade de Recuperação Nova Vida foi o assunto debatido na reunião do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança), ontem, às 9h, na sede do Centro Social de Votuporanga. O grande anseio da Comunidade é trabalhar a prevenção para que crianças e jovens não sejam seus futuros internos. Para Antônio Cegana, administrador da Comunidade, a droga é um problema que deve ser enfrentado rápido. “As pessoas precisam procurar tratamento antes de chegar ao fundo do poço; tem gente que aparece na Comunidade arrebentada”. Com capacidade para 35 pessoas, a Nova Vida tem hoje 27 internos.
Antônio Cegana ressaltou a importância do trabalho realizado em Votuporanga. “Podemos ter Comunidades com atendimento similar, mas melhor que na Comunidade Nova Vida, não!”. Ele disse ainda que o preconceito é um grande problema a ser enfrentado. “Não cuidamos de bandidos, cuidamos de doentes. A sociedade tem na cabeça que o dependente químico é gente que rouba e mata. Temos que desmistificar isso. A dependência química é um problema de saúde pública e já foi reconhecida assim pela Organização Mundial de Saúde”.
Dependência química é doença crônica, progressiva e fatal, mas tem controle e tratamento. A pessoa precisa querer uma mudança de vida, reconhecer que precisa ficar longe de bebida, droga, ambientes e pessoas que facilitem o acesso aos entorpecentes.
Cada dependente químico internado na Comunidade Nova Vida gera um gasto mensal de aproximadamente R$1.500,00. No ano passado, o Poder Público colaborou com 8% desse valor. O restante, conseguiram por meio de promoções e ajuda das famílias. Até junho deste ano, existiam oito leitos do SUS, como o fim do contrato, estas vagas serão mantidas pela Prefeitura de Votuporanga até o mês de novembro. Posteriormente, com a implantação do Caps AD, a Comunidade deve ser contemplada com 15 leitos, com recurso do Governo Federal de R$1.000,00 por mês para cada um deles.
Os três internos que concluíram recentemente seus tratamentos, foram financiados pelas Prefeituras de suas cidades.
Para Antônio, a dependência química também é um problema de segurança pública. “As pessoas precisam parar de comprar objetos sem nota fiscal”. O Estado de São Paulo tem aproximadamente 2 milhões e 600 mil dependentes químicos.
É muito mais barato fazer a prevenção que o tratamento, que é no mínimo 50 vezes mais caro. Sabendo disso, a Comunidade Nova Vida desenvolve o projeto Quintal Cultural, que atende crianças e jovens do Centro Social com diversas atividades artísticas e esportivas que visam a prevenção ao uso de drogas. A intenção é que este projeto se torne um programa que possa ser desenvolvidos nas escolas.
Com a intenção de conseguir recursos para manter os serviços prestados, a Comunidade fará uma feijoada no próximo sábado e os convites, a R$20, já podem ser adquiridos por meio do telefone 3421-9499 / 3422-9001.