Mário César Homsi Bernardes e Alessandra Zanoveli falaram sobre a situação da Santa Casa
Leidiane Sabino
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Mário César Homsi Bernardes, administrador da Santa Casa de Votuporanga, acompanhado de Alessandra Zanoveli, gerente assistencial da instituição, esteve ontem na reunião do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) do município, às 9h, na sede do Centro Social, para falar sobre os serviços e contas do hospital. Ele destacou que apenas com recursos do SUS (Sistema Único de Saúde) não é possível sustentar todos os serviços oferecidos.
Sobre a dívida da Santa Casa, anunciada recentemente de R$25 milhões, dividida em R$18 milhões a bancos e fornecedores e R$7 milhões a impostos e tributos, que cresceu em torno de R$3 milhões nos últimos dois anos, Mário disse que não foi adquirida atualmente, é administrável, mas não pode aumentar. Hoje, a instituição trabalha para que este valor não cresça.
Ele falou também que a divulgação das contas da Santa Casa foi a forma de iniciar um movimento para mostrar que o Governo não pode mais tratar os hospitais como trata. “Os hospitais filantrópicos são responsáveis por 45% do atendimento do SUS, não é justo que fiquem endividados. Isso acontece porque estão bancando os atendimentos”.
A Santa Casa recebia para fazer uma quantidade de exames e sempre ultrapassada esse número. “Recebemos para fazer 13 exames laboratoriais por mês. Se você ultrapassa este número, não recebe mais por isso. Teve mês que fizemos 25. Recebemos para fazer cinco exames para marcapasso ao mês e já fizemos 16. Agora, vamos tentar fazer apenas a cota SUS, somente a quantidade que recebemos para fazer”. O restante, a Santa Casa pretende viabilizar por meio de pacotes, para que as pessoas não fiquem sem fazer os exames. A neurocirurgia, um serviço que não é mais oferecido, a instituição recebia R$26 mil para fazer 12 atendimentos ao mês. Sendo que o paciente internado consome serviços de média complexidade.
No mês de julho deste ano, a Santa Casa já conseguiu gastar somente o que recebeu, com despesa de R$5 milhões e receita em torno de R$5 milhões. Mas isso, oferecendo os serviços somente na quantidade que a tabela SUS paga e encaminhando para São José do Rio Preto 20 pacientes de neurocirurgia.
A intenção da Santa Casa é buscar junto aos municípios um recurso para que a neurocirurgia seja oferecida novamente. Primeiro, é preciso encontrar um médico plantonista disponível.
Mário falou que, para preservar os avanços, em determinados momentos, é preciso dar um passo para trás e reiniciar a caminhada. “É isso que fizemos com a neurocirurgia e pretendemos retomar no mais curto espaço de tempo e nenhum outro serviço será cortado”.
Mário contou também que está sendo criado o BNDE Saúde, que vai permitir negociar as dívidas com bancos de 60 para 120 meses, nenhuma Santa Casa foi contemplada ainda.
Reconhecimento
Na quinta-feira da semana passada, em São Paulo, Mário recebeu o resultado de uma avaliação que está sendo aplicadas em todos os AMEs do Estado. Quatorze unidades já foram avaliadas e destas, a de Votuporanga recebeu a melhor nota, 86, a segunda melhor nota foi 71 e há AMEs com notas bem menores, como 30 e 23.