Por causa do endividamento, a instituição votuporanguense reduziu os atendimentos do SUS
Andressa Aoki
O administrador da Santa Casa de Votuporanga, Mário Homsi Bernardes, afirmou que a situação dos hospitais filantrópicos está extremamente crítica. Por causa do endividamento, a instituição votuporanguense reduziu os atendimentos do SUS (Sistema Único de Saúde). “Estamos reduzindo os atendimentos SUS da Santa Casa, para conseguirmos chegar em uma meta de atendimento que reflita exatamente o que o contrato SUS nos impõe, haja vista que o excedente ao teto SUS contratado ninguém paga. Estamos procurando aumentar as receitas dos atendimentos de convênio e particular, priorizando o SUS a quem efetivamente não tem quaisquer outros meios para conseguirem acesso à saúde”, ressaltou, em entrevista ao jornal A Cidade.
Mário afirmou que a população pode contribuir muito com o hospital por meio de doações na conta de água e Nota Fiscal Paulista. “Fizemos o planejamento estratégico. De 2011 para 2012 reduzimos em 17% os custos com a compra de medicamentos e materiais hospitalares, num grande trabalho que vem sendo desenvolvido pelo nosso setor de compras junto aos fornecedores. Nosso grande objetivo agora é buscar junto ao BNDES condições melhores e prazo para renegociação do endividamento bancário”, disse.
Ele frisou que a defasagem da remuneração SUS leva a um crescente endividamento, ficando claramente demonstrado que quem está contribuindo para o financiamento do Sistema Único de Saúde – SUS são os próprios hospitais. Em 2005, a dívida do setor era de R$ 1,8 bilhão. Em 2009 saltou para R$ 5,9 bilhões. Hoje já superou a casa dos R$ 11 bilhões e, se nada for feito, em 2013 poderá chegar a R$ 15 bilhões. E a análise do perfil da dívida constatou que 44% são relativos ao setor financeiro. “Na Santa Casa de Votuporanga, praticamente todo o nosso passivo é com o setor financeiro. Como o resto do país, a dívida é crescente, por mais que procuramos fazer a “lição de casa”. Nós construímos uma estrutura hospitalar que vai além do atendimento médico-hospitalar”, frisou.
“ Continuamos firmes no ideal de manter o máximo que pudermos da estrutura hospitalar que construímos e dos serviços oferecidos, mas dificilmente vamos fugir da necessária situação de “darmos um passo para atrás” para voltar a crescer mais a frente, claro, se movimentos tão importantes como o que a Câmara de Deputados vem desenvolvendo agora, chegarem a resultados concretos junto ao Ministério da Saúde”, complementou.
O administrador disse que há um valor considerável de emendas parlamentares empenhadas e que precisam ser liberadas. Estes recursos são para custeio e para investimentos, que podem ser em reformas ou compra de equipamentos. “Os recursos para custeio são a nossa maior necessidade, porque são nosso “oxigênio”. Para isso, é importante continuarmos contando com o apoio e dedicação do Deputado João Dado e de todos que de alguma forma podem contribuir para o andamento destes processos, através de contatos em Brasília, na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e no Ministério da Saúde”, finalizou.