Paulo Storani, o palestrante, é ex-capitão do Bope e consultor técnico do filme Tropa de Elite
Leidiane Sabino
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Paulo Storani, ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e consultor técnico do filme Tropa de Elite, esteve ontem em Votuporanga para uma palestra às 20h, no Assary Clube de Campo, uma realização da ACV (Associação Comercial de Votuporanga) e 20ª Região da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo). No período da manhã, ele recebeu a imprensa no auditório da ACV e falou como pode ser construída uma “Tropa de Elite” em uma empresa.
Palestrante desde outubro de 2007, ele explicou que, para construir uma “Tropa de Elite”, é preciso reunir pessoas com o mesmo objetivo, acreditar nelas e impulsionar cada um para fazer a sua parte. “O Bope é um grupo criado para trabalhar por um determinado negócio, aquele que ninguém conseguia resolver. Assim como no Bope, para qualquer negócio dar certo, é preciso estabelecer metas, executar e avaliar os resultados, tudo isso desenvolvido por pessoas com conhecimento adequado”.
Ele disse que uma “Tropa de Elite" é formada pelos melhores. "Lutamos contra um grande adversário, nós. Não devemos achar suficiente o que acabamos de fazer. No final, você tem que ver uma história de superação a cada página escrita! Você precisa tentar fazer sempre o seu melhor, com metas ousadas. O grande problema é que muitas pessoas querem fazer sempre o mesmo”.
Com a sua vasta experiência profissional, Paulo passou a estudar a gestão do conhecimento, que fortaleceu o seu conhecimento para as palestras. Como capitão do Bope, ele disse que sua melhor experiência foi a mais difícil. “Foi quando percebi que toda a experiência que acumulei me fez sobreviver e vi também a força do trabalho em equipe, quando se tem coragem e confiança nas pessoas que estão com você”.
Com relação à segurança no país durante a Copa do Mundo, ele disse que não haverá problemas. “Acredito até que diminuirá a criminalidade neste período com a polícia mais presente”.
Ele aprova a divulgação das imagens das invasões das favelas do Rio de Janeiro por meio da televisão. “Isso impede que aconteça uma carnificina. O policial só pode usar a força letal quando alguém age contra ele ou contra inocentes. O Bope tem foco em resolver os problemas da população, a morte de pessoas não resolve nada”.
Sobre o tráfico de drogas, ele disse não ser problema de competência dos Estados, mas, por meio de convênios, as polícias estaduais têm atuado. “80% das ações da polícia estão relacionadas ao combate ao tráfico, enquanto a polícia federal deveria fazer isso. O problema continua porque armas e drogas estão vindo de outros países e, enquanto não controlarem as fronteiras, os Estados e as rodovias, nada mudará. Falta um sistema de segurança que monitore a entrada da droga no país. Droga é um problema de saúde pública e para mudar é preciso planejar e investir, Não temos política nacional sobre drogas até parece que o problema não existe, Hoje, a droga é o ponto de partida da violência”.
Paulo contou ainda que está em estudo a criação de um filme sobre a ocupação das favelas do Rio de Janeiro.