Hospital já realizou sete captações de córneas; para coordenador, resultado do hospital é positivo
Leidiane Sabino
leidiane@acidadevotuporanga.com.br
Nem todas as pessoas têm o privilégio de ver tudo ao seu redor. Problemas genéticos, acidentes e até a idade podem causas prejuízos à visão. Para ajudar muita gente a voltar a enxergar bem, a Santa de Votuporanga iniciou o processo de captação de córneas em fevereiro deste ano e já foram realizados sete procedimentos, um em fevereiro, três em março e três em abril.
O relatório das atividades do primeiro trimestre da Organização de Procura de Órgãos de São José do Rio Preto mostra que Votuporanga está na média de captação de córneas de hospitais que já realizavam o procedimento na região. Ressaltando que São José do Rio Preto se destaca no quadro por realizar o procedimento há mais tempo e ter população maior.
Até o momento, foram entrevistadas 17 famílias, sendo que sete aceitaram a doação das córneas do familiar falecido. Para o enfermeiro Pablo Gurther, coordenador da equipe da capitação de córneas, o número de doações apresenta um resultado positivo. “Estamos com o serviço funcionando há apenas três meses e, quando comparamos com outros serviços da nossa região, nossos números mostram uma conscientização da população de Votuporanga e região e as famílias mostram-se comprometidas com a nobreza do gesto de doação de órgãos”, disse.
A Santa Casa de Votuporanga está inserida na rede de Captação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Ministério da Saúde. Todo paciente que falece e possui idade entre quatro e 65 anos é potencial doador. Excluindo apenas aqueles com: morte por causa desconhecida; septicemia (infecção generalizada); leucemias em tratamento com quimioterápicos; linfomas disseminados; tumores malignos; Hepatites B e C; HIV – Positivo; Raiva; rubéola congênita; endocardite bacteriana e conjuntivite.
A abordagem familiar é realizada após o médico notificar o óbito à família. ÉMesmo que a pessoa deixe declarada a sua vontade de ser doadora de órgão, sua família será consultada.
O material é enviado, com apoio da Polícia Rodoviária Estadual, para o Banco de Olhos do Hospital de Base de São José do Rio Preto-SP, que prepara a córnea para ser encaminhada ao primeiro paciente da fila de transplante de córnea do Estado de São Paulo. No Banco de Olhos, a córnea é processada e armazenada, podendo permanecer por até 15 dias à espera de um receptor.
A Comissão Intra-hospitalar para Captação de Órgãos e Tecidos da Santa Casa de Votuporanga é coordenada pela médica cardiologista Bernadete Figueira Campos Barth. A equipe é composta ainda pelas médicas Lara Galvani Campos e Ligia Tellis, o enfermeiro Pablo Gurther, coordenador da equipe da capitação de córneas, e o técnico em enfermagem, Israel Campos Lemos.