Médico veterinário e advogado André Luís Soares da Fonseca falou sobre leishmaniose
Leidiane Sabino
leidiane@acidadevotuporanga.com.br
Em ciclo de palestras promovido pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), por meio das Comissões de Meio Ambiente das Subseções de Votuporanga e Jales, ontem, das 7h30 às 11h30, no Espaço Saúde Unifev, em Votuporanga, o médico veterinário e advogado André Luís Soares da Fonseca falou sobre leishmaniose, as formas de prevenção e tratamento.
Para André Luís, a principal causa da expansão da Leishmaniose no Brasil é a falta de técnica em controle do vetor. “A leishmaniose, como acontece no caso da dengue, é uma doença vetorial. O controle de uma doença vetorial se faz com o controle de vetor, é o que acontece exemplificativamente no caso da dengue”, disse. Desta forma, é extremamente importante a educação sanitária da população (limpeza de quintais, fezes de animais, resíduos orgânicos). Pode-se fazer uso de inseticidas nas residências e nos seus arredores; e é necessário proteger os cães contra a picada dos insetos por meio do uso de inseticida ou repelentes.
O palestrante explicou que no Brasil existe uma política de controle da leishmaniose por meio de eutanásia canina. “Essa política foi implantada há mais de 15 anos, mas os resultados não apareceram. Em países da Europa eles tratam o cão”.
Os vetores que transmitem a leishmaniose visceral são insetos denominados flebotomíneos, conhecidos popularmente no Brasil como inseto palha, asa-dura, birigui, cangalinha ou tatuquira. São pequenos e com hábito crepuscular e noturno. Eles podem ser encontrados ao redor das residências em locais sombreados e com matéria orgânica (galinheiro, chiqueiro, canil e lixeiras).
Ao picar o cão ou o homem, o inseto pode transmitir a leishmaniose visceral. Uma vez infectado, o cão torna-se reservatório da doença e pode ser fonte de infecção para outros animais ou mesmo para seres humanos que vivem ao seu redor.
De 1990 a 2009 foram notificados e registrados no Brasil mais de 57 mil casos humanos distribuídos por 26 estados. Somente em 2008 foram registrados 4.125 novos casos e 182 óbitos causados pela leishmaniose visceral. Pesquisadores estimam que, para cada caso humana, existam, em média, 200 cães infectados.
Desta forma, para controlar o avanço da leishmaniose, o Ministério da Saúde determina a eliminação dos cães infectados e proíbe o tratamento deles com medicamentos utilizados em seres humanos, pois os cães, embora melhorem clinicamente, não são curados e podem continuar a transmitir o parasita para os insetos que o picam.