Além de abrigar dependentes químicos, Comunidade também tem unidade de acolhimento
Leidiane Sabino
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A Comunidade de Recuperação Nova Vida comemora amanhã 25 anos de fundação, com muitas conquistas para comemorar e ainda um longo caminho a percorrer no resgate de vidas.
Além de abrigar dependentes químicos em processo de recuperação e reintegração social, a Comunidade Nova Vida oferece ainda uma Unidade de Acolhimento e Encaminhamento, um serviço gratuito, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, para o atendimento de usuários e dependentes de álcool e drogas, bem como, os envolvidos nessa problemática, como familiares e amigos.
A Unidade de Acolhimento é uma recente conquista, inaugurada um julho do ano passado. “Como a demanda é grande e este é um assunto de interesse social, a Prefeitura decidiu fazer uma parceria para oferecer atendimento gratuito a todos os casos de dependência química do município”, explicou Antônio Cegana, administrador da Comunidade. Nessa unidade, a pessoa que busca ajuda recebe orientações, encaminhamento para diferentes tipos de atendimento e ainda participa de grupos terapêuticos. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na rua Javari nº 3587 – Jardim Marin.
Na Unidade de Acolhimento também acontecem grupos de terapia familiar, toda segunda-feira, às 20h, com três psicólogos. No mesmo dia e horário há o grupo para dependente químico. De segunda e quarta-feira, das 17h às 20h, acontece também o atendimento com psicólogas voluntárias.
Idealizada pelo padre Sílvio Roberto dos Santos, com pouco conhecimento no assunto na época, mas muita vontade, a Comunidade começou em uma casa dentro da cidade. Quando o trabalho começou a crescer, o padre viajou para diversos lugares em busca de conhecimento, trazendo o método Minessota, composto por 64 tarefas que o dependente precisa cumprir, aliados aos 12 passos dos Narcóticos Anônimos, com o objetivo de proporcionar uma transformação, uma mudança de comportamento do indivíduo em tratamento.
Quem passa pela Comunidade Nova Vida reaprende a viver em sociedade. “Tem pessoas que passam por aqui que já esqueceram hábitos simples como sentar à mesa para uma refeição”, disse Odair Ferreira, assistente social da Comunidade Nova Vida.
Na chácara, onde acontece o tratamento, são disponibilizadas 35 vagas, sendo oito sociais, oferecidas por meio de convênio com o SUS (Sistema Único de Saúde).
O tratamento, que é voluntário, ou seja, a pessoa decide e aceita permanecer na chácara para as atividades, tem a duração de seis meses e 21 dias. Entre os trabalhos realizados estão as reuniões, terapias e momentos de espiritualidade, sendo esta uma importante ferramenta para o tratamento.
“É importante salientar que dependência química é uma doença que tem controle. Gostaríamos de ter 100% de resultados positivos, o que infelizmente não acontece, mas trabalhos muito para isso. Oferecemos as ferramentas para que se mantenham de pé, mas o tratamento depende do dependente e uma só pessoa que você consegue recuperar já é emocionante, uma vitória e satisfação pessoal”, disse Antônio Cegana.
Para Odair Ferreira, trabalhar com a transformação do dependente químico é gratificante. “A cada procedimento realizando, a gratidão da família, poder contribuir com o mundo, com a cidadania, tudo isso é incrível”, disse.