O cirurgião cardíaco, Marco Aurélio Barboza de Oliveira, explicou os benefícios da cirurgia segura
Andressa Aoki
Andressa@acidadevotuporanga.com.br
A Santa Casa de Votuporanga anunciou uma nova conquista na última sexta-feira. O hospital está credenciado na OMS (Organização Mundial de Saúde) por ter implantado “Time Out”, ação utilizada mundialmente para garantir a segurança do paciente durante os procedimentos cirúrgicos.
O "Time Out" trata-se de uma verificação final, em voz alta, no local onde ocorrerá o procedimento e antes de seu início. É uma placa contendo todas as informações do paciente, o tipo do procedimento a ser realizado, o lado a ser operado, os equipamentos e materiais necessários para o procedimento, entre outros itens que são preenchidos com o paciente acordado, antes da cirurgia e que torna o procedimento mais seguro tanto para paciente, quanto para a equipe. Apenas 1790 hospitais fazem parte da lista da Organização Mundial de Saúde.
O cirurgião cardíaco, Marco Aurélio Barboza de Oliveira, apresentou os dados sobre a chamada cirurgia segura. Ele contou que o setor de cardíaca já realizava estes procedimentos de checagem. “Isso salva vidas e evita complicações. Também estaremos economizando em equipamentos e em antibióticos. Também minimiza o risco de infecção. São benefícios em todas as áreas, para o paciente, para a administração e para o financeiro”, ressaltou.
O “checklist” (checagem das informações) foi aprovado por mais de 200 cirurgiões, anestesistas e enfermeiras ao redor do mundo. Pelo menos três nações inteiras se comprometeram a utilizar o método em todas as salas cirúrgicas.
Ele destacou que a segurança do paciente é um sério problema de saúde pública. Segundo o médico, cerca de 234 milhões de operações são feitas mundialmente a cada ano e 1 milhão de pessoas morrem depois de cirurgia. Cerca de 7 milhões de indivíduos ficam com algum tipo de sequela ao ano no mundo.
Marco Aurélio citou os objetivos da OMS para a cirurgia segura. “A equipe opera o paciente correto do lado correto, usa todos os métodos disponíveis para prevenir reações adversas dos pacientes decorrentes da administração de anestésicos, enquanto também protege o mesmo da dor. Reconhece e se prepara para alguma perda da via aérea, para risco de grande perda sanguínea e evita de utilizar medicação a qual sabidamente o paciente tem alergia”, enfatizou.
O médico disse ainda que os profissionais controlam o número de instrumentais e gazes cirúrgicas no procedimento cirúrgico; identificam corretamente os materiais a serem enviados para a anatomopatologia e comunicam e troca informações para condução segura da operação. “”Checklist” é simples e personalizável a cada realidade. Inicialmente, implantamos em duas salas: cardíaca e ortopedia. A partir dai, envolver outros departamentos. É uma forma mensurável do que acontece no hospital, além de humanizar a relação com os pacientes”, finalizou.