Andressa Aoki
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O Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) atendeu 288 idosos que tiveram os seus direitos violados em dois meses. A coordenadora do órgão, Iara Rosane da Costa Rufato, destacou que a grande maioria dos casos é voltado para a apropriação em débito e violência dos próprios familiares.
Iara disse que muitas famílias abandonam, negligenciam e maltratam seus idosos. "O abandonado é aquele que não tem familiar, que precisa de atendimento institucional. Outros famílias abandonam de forma negligente e tentar justificar de forma errada, que suas atitudes se baseiam na índole do idoso", afirmou para o jornal A Cidade.
Ela contou que a delegacia encaminha casos, mas que a maioria surge de denúncias provenientes da ouvidoria. Tudo de forma anônima. "As pessoas de terceira idade nunca denunciam. Geralmente são vizinhos e cidadãos mais próximos", disse.
A coordenadora destacou que as mulheres compõem o maior índice de violência. "Envolve questões culturais. Homens que batem em suas esposas", enfatizou.
A preocupação do Creas envolve apropriação em débito. "Os filhos pegam financiamento que em nome de idosos fica mais fácil, além de fazer prestações e usufruir do cartão-benefício. Encaminhamos estes casos para o Poder Judiciário, pois o financiamento não se reverte e não temos como cancelar quando não estão legalmente interditado", explicou.
Iara contou que já foi cancelada a venda de uma casa depois da atuação do Creas. "Eles estavam dividindo os bens e a sua aposentadoria enquanto a senhora ainda estava viva", afirmou.
O órgão faz o acompanhamento, conversa com os familiares e ajudam os filhos a organizar as finanças para contratar um cuidador.
Ela enfatizou que Votuporanga chegou em um patamar que não sustenta asilos irregulares, que não são regulamentados pelos Conselhos. "Precisamos oferecer qualidade de vida para os idosos", finalizou.