Geiza Gonçalves Avelino e Alexandre Avelino resolveram entrar para as estatísticas do casamento
Leidiane Sabino
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O número de divórcios contabilizados pelo Cartório de Registro Civil de Votuporanga foi bem próximo ao de casamentos, em 2011. Segundo levantamento, foram 441 divórcios, 82,12% dos aproximadamente 537 casamentos.
Em média, 36 divórcios por mês, mais de um por dia; e 44 casamentos por mês, quase um e meio por dia.
Já em 2012, a porcentagem de casamentos, até o momento, tem sido maior. De janeiro a 23 de março de 2012 foram 86 divórcios,34% dos 105 casamentos.
As informações foram fornecidas por Rosângela Francisca Lopes, oficiala designada, e Elisângela Cristina Cavassani, escrevente autorizada do Cartório de Registro Civil de Votuporanga.
Rosângela Lopes disse que os números de 2011 chamam atenção. “Eu não imaginava que a quantidade de divórcios seria tão grande, porém, é importante lembrar que casais que estavam separados há algum tempo podem ser efetivado o divórcio em 2011, os números não dizem que todos esses casais se separaram no ano passado. Hoje há mais facilidades em se divorciar, mas ainda tem muita gente interessada em cumprir a tradição do casamento e oficializar a união”, explicou.
Geiza Gonçalves Avelino e Alexandre Avelino resolveram entrar para as estatísticas do casamento e oficializaram a união na manhã de ontem, às 9h. O casal espera viver junto para sempre!
Pesquisas mostram que as juras de amor são cada vez menos eternas. O número de divórcios realizados em cartórios aumentou 109% no Estado de São Paulo de 2009 para 2010, segundo dados do Colégio Notarial do Brasil. Desde 1984 a taxa de divórcios se mantém alta no país, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2009 o índice ficou em 1,4 casos para cada mil habitantes.
Uma das explicações para o grande número de casais que desistem da vida a dois é técnica: a Lei 11.441, de 2007, facilita a dissolução de famílias sem crianças. Mas o fenômeno social intriga especialistas em relacionamentos. “O casamento não é mais uma definição de vida, é uma tentativa”, diz o psicólogo Joaquim Motta, coordenador do Grupo de Estudos sobre o Amor de Campinas. Segundo ele, a pessoa melhor preparada para o casamento é também a mais pronta para o divórcio: autônoma e independente, mas que naquele momento escolheu estar na companhia do outro.
Em 2010, os Tabelionatos de Notas brasileiros realizaram o maior número de divórcios desde a instituição da Lei 11.441/07, que permitiu que notários realizassem escrituras de divórcios, separações, partilhas e inventários consensuais. É o que registra a pesquisa nacional Estatísticas do Registro Civil, divulgada pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatísticas (IBGE), que apontou que dos 243.224 divórcios realizados em 2010, 63.358 foram lavrados em cartórios, um aumento de 66,9% em relação ao ano anterior.
De acordo com a psicóloga Eliana Piccoli Zordan, especialista em conjugalidade, os principais motivos para as separações são traição, desgaste da relação e problemas financeiros. Ela estudou uma amostra de processos judiciais e constatou que 24,7% dos divórcios tinham brigas e discussões como justificativa. “O que está por trás disso é a dificuldade de conciliar projetos de vida, porque as pessoas mudam”, explica.
A psicóloga divide a vida conjugal em três casamentos: o da paixão, o da criação dos filhos e o da maturidade. Para ela, aqueles que não conseguem amadurecer em cada um desses momentos acabam se separando.