Segundo dados da Secretaria, em 2012 foram quatro notificações da doença, três confirmados
Andressa Aoki
Andressa@acidadevotuporanga.com.br
Votuporanga intensificou o trabalho no combate a leishmaniose. Somente neste ano, foram registrados três casos confirmados em humanos e quatro notificações da doença. O Secez (Setor de Controle de Endemias e Zoonoses) realiza ações para que os números não aumentem.
Uma das medidas tomadas foi a busca ativa no humano. “Votuporanga é a primeira cidade a fazer isso. O manual estadual da leishmaniose prevê apenas a busca do animal. Os agentes de saúde e enfermeiros vão nas casas, ficam atentos aos sintomas e ficam atentos com relação à limpeza do ambiente. A Secretaria de Serviços Urbanos também oferece caçamba para a retirada de entulhos”, explicou o veterinário do Secez, Élcio Sanches Júnior.
A ação do município foi elogiada por pesquisadores. Mauro Marzochi, da Fundação Oswaldo Cruz, ressaltou que a busca ativa de casa a casa realizada por equipes de agentes de saúde e enfermeiros é o grande diferencial .“Essa ação é fundamental para evitar a alta letalidade, sendo a maneira mais eficaz para se antecipar a um possível surgimento da doença no humano. Geralmente, quando o morador procura pelo serviço de saúde, a doença já se encontra em um estágio mais avançado”, disse recentemente.
Élcio explicou que a princípio, ele ia até as casas em que os animais deveriam ser sacrificados. “Só tirar o cachorro naquele local, não iria adiantar. O risco não estava somente no canino. Temos que fazer o trabalho completo”, disse. A busca ativa em humanos, iniciada por Votuporanga, será incluída no manual do Estado.
Mas nem todos os cidadãos recepcionam bem o projeto. “O problema é quando seu animal de estimação terá que ser sacrificado. Muitos recebem mal a notícia. Já levamos dois casos para a Justiça porque o dono se nega a autorizar a eutanásia e só podemos realizá-la com a sua permissão”, contou. O veterinário ressaltou que essas pessoas estão sofrendo riscos de continuar com o animal.
Desde a semana passada, os agentes de saúde estão recebendo um treinamento sobre os métodos de controle da doença. “Também explicamos sobre as dúvidas da população e sobre a importância de sacrificar um cachorro ou gato com a doença. Eles retiram os animais positivos e orientam os humanos por dois anos, época de incubação do mosquito”, ressaltou.