Lideranças discursaram sobre a importância do Córrego do Marinheirinho para Votuporanga
Leidiane Sabino
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Lançado ontem, às 9h, no Horto Florestal “Sérgio Ramalho Mata”, o maior programa de recuperação de áreas de preservação ambiental já feito na cidade, chamado “Vida ao Marinheirinho”, terá investimento em torno de R$ 3,3 milhões e deve ser o primeiro passo para que Votuporanga seja modelo de preservação ambiental. Participaram do lançamento o prefeito Junior Marão, representantes da Saev Ambiental, da Associação dos Produtores Rurais do Marinheirinho e dos órgãos que liberaram os recursos, Secretaria de Meio Ambiente do Governo do Estado, Departamento de Estradas e Rodagens (DER), Caixa Econômica Federal e Agência Nacional de Água (ANA), além de lideranças locais e regionais.
O programa pretende devolver a vida aquática do manancial, aumentar a vazão do córrego, desassorear suas margens, recuperar a vegetação nativa, promover a volta da fauna, entre outros. Para isso, serão desenvolvidas diversas ações; a principal delas será o plantio de quase 200 mil mudas de árvores nativas.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Gustavo Gallo Vilela, contou que o prefeito Júnior Marão pediu logo no início da atual gestão municipal que fizessem o desassoreamento da represa. Gustavo explicou que era preciso começar com a recuperação. A Polícia Militar Ambiental fez o georreferenciamento e mapeamento da região. Foi assim que começou o programa. “É evidente a importância dessa microbacia e todos vão se beneficiar deste trabalho. Eu não tenho conhecimento de nenhum projeto como esse por onde já andei. A gente sabe que meio ambiente é prioridade em Votuporanga”. Ele acredita ainda, que a despoluição no Marinheiro, deve ser finalizada em cinco meses, 90% da água já está limpa.
Os produtores rurais serão remunerados para manterem e preservarem as 36 nascentes do município.
Sebastião Carmona, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Marinheirinho, agradeceu a ajuda e confiança de todos os envolvidos no projeto. “Acredito que seremos exemplo de recuperação das matas”, disse.
O promotor de Meio Ambiente, Marcos Seabra, ressaltou a importância deste momento para Votuporanga. “Esse é um dia de júbilo e de alegria a todos que militam pela causa ambiental. Este programa vai propiciar a regularização de várias propriedades. Nada mais justo que trazer recursos para auxiliar os proprietários rurais na preservação. Falar em meio ambiente sem dinheiro não adianta”.
O ex-vereador e membro do PT local, Jurandir B. da Silva (Jura), colaborou com a busca de recursos para o programa. “Unidos podemos fazer com que este programa seja espelho para todo o Brasil”, ressaltou Jura.
A importância do programa também foi ressaltada por Everson Guilherme, diretor regional do DER de São José do Rio Preto. “Essa é uma iniciativa excelente. Devido a obra na rodovia Euclides da Cunha, estamos fazendo essa compensação ambiental. Plantar simplesmente por plantar não resolve, envolver preservação e conversação é fundamental. Queremos que a duplicação da rodovia gere os menores impactos possíveis”.
A Caixa Econômica Federal também faz parte do programa. O superintendente regional, Clayton Rosa Carneiro, disse que a Caixa não é apenas um banco. “Temos também as ações socioambientais. Votuporanga se posiciona como uma das cidades mais pujantes da região. Falo isso pela quantidade de contratos assinados”, ressaltou.
Clayton explicou que a Caixa tem um fundo ambiental de R$6 milhões, destinados a 12 projetos selecionados no país, entre eles, o de Votuporanga.
Araci Kamiyama, engenheira agrônoma da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, contou que Votuporanga foi escolhida entre 21 municípios de São Paulo para o projeto Mina d´água. “Essa é a primeira vez que a gente propõe outra política, tendo os produtores rurais como nossos parceiros, pois sem eles não vamos conseguir nada. Propomos uma mudança de rumo, uma nova forma de fazer política ambiental”.
Orácio Figueiredo, chefe de gabinete da presidência da ANA (Agência Nacional das Águas), destacou o comprometimento do Governo Federal com o meio ambiente. Falou da mudança de comportamento do homem, que antes achava que era preciso desmatar para produzir e hoje sabe da importância da preservação. “O Brasil é respeitado hoje internacionalmente por sua política de desenvolvimento, que abrange todos os aspectos importantes para um crescimento sustentável”.
Para o deputado Carlão Pignatari, as ações de preservação devem ser cada vez maiores, com grande sensibilização da sociedade e oferecendo recursos para que o produtor rural possa colaborar.
O prefeito Júnior Marão considera esse um de seus principais projetos, resultado de esforços de várias pessoas e instituições. “Entre os projetos da Caixa, o de Votuporanga foi selecionado em segundo lugar. Fico feliz com esse prestígio. Desassorear sem preservar não resolve os problemas, queremos fazer os dois”, contou.
O bispo diocesano de São José do Rio Preto, Dom Paulo Mendes Peixoto, presente no lançamento do programa, disse que esse é um momento fundamental para a sociedade.