Pesquisador do Instituto Adolfo Lutz, José Eduardo Tolezano, esteve em Votuporanga
Da Redação
O prefeito Junior Marão recebeu em seu gabinete ontem, o Dr. José Eduardo Tolezano, pesquisador científico do Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo. O tema do encontro, que teve a participação da secretária municipal de Saúde, Fabiana Parma, do veterinário Élcio Sanches Esteves e de Cléria Mesquita, do Secez, foi discutir ações de prevenção e combate à leishmaniose visceral.
“É uma situação que, embora o número de casos ainda não seja preocupante, precisa ser encarada com grande responsabilidade por parte do poder público; por isso, determinei à Secretaria Municipal de Saúde que não poupe esforços para que Votuporanga seja uma referência nesta área, atuando com todas as ferramentas e pessoal para tranquilizar a população”, adiantou o prefeito.
Na reunião, Tolezano, com a experiência de coordenador da Rede de Laboratório para Diagnóstico da Leishmaniose do Instituto Adolfo Lutz; disse que “há alguns casos de contaminação dos animais domésticos, principalmente cães e, mais recentemente, gatos, então, é preciso fazer um trabalho intensificado na área para que não haja contaminação das pessoas”, informou.
O inseto ao picar o hospedeiro desenvolve o parasita no intestino, tornando-se infectante. Ao picar novo hospedeiro (homem ou animal), irá transmitir o parasita. “A maior preocupação em tudo isso, é que a Leishmaniose Visceral pode levar a pessoa ao óbito. E a doença aparece sempre antes no animal do que na população. Por isso a preocupação do prefeito neste nosso trabalho”, explicou o pesquisador.
A secretária de Saúde, Fabiana Parma, salientou que por desconhecer os sinais clínicos dos cães infectados, muitos donos de animais podem não saber que convivem com o parasita dentro de sua residência. “Por isso, vamos intensificar as ações de informação, já que é indispensável a colaboração da população num trabalho preventivo”, afirma Fabiana.
Segundo ela, a comunidade precisa ficar atenta aos sintomas. “O portador de Leishmaniose Visceral vai apresentar febre irregular por muito tempo; crescimento do abdômen (a barriga); anemia; palidez; emagrecimento; fraqueza; problemas respiratórios (ex: tosse seca); diarréia; e , em casos mais graves, sangramento na boca e intestino”.
Já o veterinário Élcio Sanches Esteves apontou os sinais e sintomas nos animais. “Quando a doença no cão está mais evoluída, podem aparecer os seguintes sinais clínicos: emagrecimento; apatia; queda de pêlos; vômito; febre irregular; lacrimejamento (conjuntivite); fezes sanguinolentas; crescimento exagerado das unhas; descamação e feridas na pele (comuns no focinho, orelha, caudas e patas)”, relata.
Cléria lembrou que a transmissão da doença é feita pelo mosquito palha (insetos vetores da família Psychodidae, subfamília Phlebotominae (Lutzomya longipalpis), “principalmente em locais úmidos, escuros, protegidos do vento”, sendo que em ambientes domiciliares, criam-se em abrigos de animais em áreas sombreadas com acúmulo de matéria orgânica em decomposição, principalmente folhas, frutos, raízes e fezes de animais”, disse. Os transmissores são menores que os pernilongos comuns; apresentam-se muito pilosos e de coloração clara (cor de palha ou castanho claros); facilmente reconhecidos pela atitude que adotam quando pousam, pois as asas permanecem eretas e entreabertas; as fêmeas exercem hematofagia, preferencialmente, no horário noturno, à partir do crepúsculo.