Andressa Aoki
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A pedido do vereador e líder de governo, Silvio Carvalho, a secretária de Saúde, Fabiana Parma, falou ontem, durante a audiência pública da Secretaria Municipal de Saúde, realizada às 13h30, na Câmara Municipal, sobre o pronunciamento do presidente da Câmara, Mehde Meidão Slaiman Kanso. Meidão disse, na semana passada, que a saúde de Votuporanga está caótica. Mais prudente em suas palavras, a secretária afirmou que em algumas regiões do país, a saúde está precária. “As pessoas que são atendidas nas ruas, nas calçadas. Isso não é a realidade do município. Todo o sistema sofre. O SUS (Sistema Único de Saúde) foi traçado para um país com várias desigualdades sociais. Felizmente, Votuporanga sai na frente”, disse.
Fabiana destacou que na audiência fez um discurso técnico, que não emplacaria com relação a críticas. “Deixo o embate político em outros momentos. Estou aqui para apresentar números e não quero entrar em questões políticas de apoiar ou não o prefeito [Nasser Marão Filho]. Não tomo decisões sozinhas, ele é bastante envolvido na saúde”, afirmou.
Ela enfatizou que sempre vão existir críticas. “A gente procura ouvir todas as questões levantadas. A Secretaria procurou familiares da criança que precisou de atendimento, tenta aprender bastante com todas as situações. Não é muito simples, procuramos absorver muito estas criticas. Sempre que sai errado, tem uma equipe que vai atrás pra saber, tomamos providencias cabíveis, processos de trabalhos mais adequados. Coloco-me à disposição para escutar. Saúde sempre terá queixa”, complementou.
Já o presidente da Câmara reafirmou que a saúde está caótica. “Este atendimento da garota no bairro Pozzobon, criança com 40 °C de febre e que só foi atendida por interferência do presidente da Casa e foi levada para o pronto socorro e UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para um atendimento melhor. Sabemos que pessoas da Câmara tiveram dificuldade em serem atendidas. Saúde deveria ser igual para todos, mas não é. Não estou falando da saúde municipal, mas do geral. Se você tem prestígio, é atendido, se você é pobre, morre no hospital. O atendimento não é bom nem em Votuporanga e nem em lugar nenhum. Quero que a pessoa vá no posto de saúde e seja atendido. Quando o vereador está lá, é acolhido. Não é isso que eu quero para o povo. A Prefeitura paga água, luz, telefone, funcionários e até hoje não foi contratado médico no escritório regional do Iamspe. O que adianta pagar e não ter. De quem é a culpa?”, frisou. Ele ressaltou que está oficiando Santa Casa, Unimed, Casa de saúde, para discutir sobre a situação de saúde.
Questionamentos
Já o vereador Eliezer Casali perguntou sobre a assistência farmacêutica. Fabiana explicou que o Estado não regularizou ainda os medicamentos que fornece. “A maioria dos medicamentos absorvemos e a Secretaria tenta arcar com o ônus. Temos processo administrativo para suprir esta necessidade, para que não seja prejudicado. Mas com relação a medicações de alto custo, está impossibilitado por lei. As que são de alto custo, município não pode adquirir por hipótese alguma. Todas as regiões estão sofrendo essa dificuldade”, respondeu.
José Carlos Leme de Oliveira perguntou sobre a contratação de médicos. “Estamos com algumas contratações autorizadas para profissionais em férias. Neste momento, sentimos angústia quando médicos tiram férias, mas a gente não tinha recursos. Estamos investindo na capacitação de médicos generalistas. Contratamos mais dois que começam hoje. Se o médico fica doente hoje, não tenho como repor”, afirmou a secretária.
Atendimentos
A titular da pasta de Saúde apresentou dados da Secretaria. Foram realizados 40.077 atendimentos médicos ambulatoriais, sendo 26478 de pronto atendimento, 11.914 Mini Hospital do Pozzobon e 14.564 UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Com relação ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), foram 5.602 chamadas, 396 orientações e 1254 resgates.
A assistência farmacêutica atendeu 59.784 receitas.
Votuporanga registrou 84 notificações de dengue e quatro positivos. De janeiro a setembro, foram 895 suspeitos e 260 positivos. Já com relação a leishmaniose, até setembro, 360 positivos e 2511 exames colhidos.
Contador
O contador da Prefeitura, Deosdete Vechiatto, falou sobre os números do trimestre. O total de arrecadação foi de R$ 68 milhões. As despesas empenhadas são de R$194 milhões em nove meses, o que corresponde a 23,03% do orçamento, sendo que a Constituição obriga 15%.