Da Redação
A Secretaria de Estado de Saúde dedica esta semana para intensificar as ações de combate e prevenção à hanseníase. Em Votuporanga, o trabalho é inovador e a busca ativa é realizada todos os dias do ano. A médica dermatologista do Sae (Serviço de Atendimento Especializado), Ana Paula Marthos, tem oferecido informações sobre o trabalho realizado no município aos órgãos de imprensa locais, com exclusividade, ela falou ao Jornal A Cidade.
Votuporanga conta com oito casos da doença em 2011, todos em tratamento. Em 2010 foram registrados 12 casos.
A médica contou que a Secretaria Municipal investe na capacitação dos profissionais, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, entre outros, para a busca ativa de novos casos de hanseníase.
O primeiro sintoma da doença é mancha adormecida ou esquecida na pele. A pessoa que perceber este sinal deve procurar a rede pública de saúde e será encaminhada para atendimento no Sae, na rua Tibagi, número 2882.
A doença tem cura. O tratamento é gratuito, oferecido pelo governo, e tem a duração de seis a 12 meses.
“Votuporanga prima pelo diagnóstico precoce há vários anos e a equipe do Sae é bem preparada para a busca ativa e o acolhimento”, explicou a médica.
Hanseníase
A hanseníase é uma das mais antigas doenças que acomete o homem. As referências mais remotas datam de 600 anos Antes de Cristo e procedem da Ásia, que, juntamente com a África, podem ser consideradas o berço da doença.
Ela é causada pelo Mycobacterium leprae, bacilo descoberto em 1873 pelo médico Amaneur Hansen, na Noruega. Em homenagem ao seu descobridor, o bacilo é também chamado de Bacilo de Hansen. O bacilo de Hansen é um micróbio que apresenta afinidade pela pele e nervos periféricos.
É infecciosa, crônica, de grande importância para a saúde pública devido à sua magnitude e seu alto poder incapacitante, atingindo principalmente as pessoas em faixa etária economicamente ativa comprometendo seu desenvolvimento profissional e/ou social. O alto potencial incapacitante da hanseníase está diretamente relacionado à capacidade do bacilo penetrar a célula nervosa e também ao seu poder imunogênico.
Com a evolução da doença não tratada, manifestam-se as lesões nos nervos, principalmente nos troncos periféricos. Podem aparecer nervos engrossados e doloridos, diminuição de sensibilidade nas áreas inervadas por eles: olhos, mãos e pés, e diminuição da força dos músculos inervados pelos nervos comprometidos. Essas lesões são responsáveis pelas incapacidades e deformidades características da hanseníase.