Da Redação

A psicóloga infantil Denise Cristina Amedi Giacometti, participou ontem do programa Jornal da Cidade, da rádio Cidade, para esclarecer algumas dúvidas com relação aos problemas psicológicos que atingem as crianças. Ela contou que a depressão também pode ocorrer em crianças.

Denise explicou que a psicologia infantil é uma especialização que auxilia a criança numa dificuldade que ela tem, os conflitos internos que ela possa ter.

“Crianças de até dois anos podem ter depressão. A familiar precisa prestar atenção quando a criança para de brincar, fica entristecida, recuada e isolada de outras crianças. Isso a gente diagnostica dentro da família e na escola também. Ora ela fica isolada, ora ela fica agressiva, tem que tomar um cuidado muito grande e diagnosticar com muita rapidez para tratar o mais rápido possível, por que é uma bola de neve, depressão é muito fácil de entrar, o difícil e sair. O primeiro passo é psicoterapia, se não for um grau elevado de depressão, às vezes só a terapia resolve, mas há muitos casos que somente a terapia não resolve e somente só um psiquiatra para diagnosticar isso”.

A desestruturação familiar pode causas alguns problemas à criança. “Tudo o que a mãe sente durante a gravidez é passado para a criança. A mãe precisa ter uma estrutura boa para receber a criança, depois vem o período pós-parto, que pode acontecer a depressão pós-parto. Tem também os conflitos familiares do decorrer da vida que são sentidos pela criança. A percepção da criança é muito aguçada, então a gente tem que tomar um certo cuidado com o que é passado para a criança”, explicou. 

Como os pais dedicam grande parte do dia ao trabalho, Denise explicou que as crianças pedem mais atenção, “de alguma forma ou de outra, ou é em casa ou é na escola, elas chamam a atenção”.  

Drogas

“A primeira coisa a fazer quando descobrir o envolvimento do filho com drogas é trazer o jovem para perto e verificar onde eles falharam como pais, como educadores e verificar também a presença dos amigos, com que tipo de turma ele está inserido. Se aproximar como se fossem amigos, mas limitar ao mesmo tempo, mostrar que estão ali para ajudar e auxiliar, dando suporte para ele. Não ser agressivo, por que eles vão ser agressivos com vocês. Participar do dia a dia, conversar, verificar os ambientes, os lugares onde eles frequentam, mostrar para eles que a realidade que estão vivendo hoje e mostrar qual vai ser o futuro se eles permanecerem nesse ritmo. Ressaltando o amor e o carinho. Falar o quanto esse jovem é importante na vida deles”. 

A psicóloga explicou que os principais problemas que ocorrem com crianças dependem muito da faixa etária delas. “Primeiro é feita a avaliação, o psicodiagnóstico, depois o tratamento”. 

Denise explicou que procurar um profissional da psicologia é muito importante, “um trauma não passa do dia para noite. O problema maior é quando chega a adolescência, todos os hormônios, próprios deles, todos os conflitos, a autoestima, é um acúmulo de conflitos e às vezes eles não aguentam e tende a piorar, , quanto mais cedo tratar melhor para a criança e para a família”. 

Morte dos pais – Denise explicou que é preciso reestruturar a família que está zlando da criança quando acontece a morte de algum parente, para fazer a aceitação desse luto. A família precisa ajudar em casa. “É importante evitar levar criança em velório por que isso marca demais, dependendo da idade eles não entendem o que está acontecendo, ela está perdendo uma pessoa da família muito importante”. 

A psicóloga explicou que a criança de 2011 está sendo muito estimulada, “quando a criança nascia era embrulhada como um pacotinho agora ela já nasce olhando tudo, mantendo a cabecinha bem firme, são muitos estímulos e muita informação”. 

Computador 

A psicóloga disse o computador é um fator importante. “Gostaria que os pais prestassem atenção. A internet é importante, estimula, mas estimula coisa errada também. Eles entram com muita facilidade na internet e os pais devem instruir essas crianças para o bem, o computador é importante para a informação, porém, às vezes, os pais deixam a criança usar por muito tempo por que não dá trabalho, ela fica quietinha. Até que ponto isso está fazendo bem, não está viciando? Quais tipos de jogos, que tipo de informação elas estão buscando? Uma fantasia pode virar realidade, é importante os pais acompanharem o tempo que a criança fica na internet. Os pais tem que desde cedo começar a limitar horário, senão eles deixam de comer, estudar e brincar por causa da internet. Devem ficar sempre juntos com essas crianças, participando de tudo”. 

A profissional

Denise Cristina Amedi Giacometti é formada em psicologia desde 1995 pela Universidade Braz Cubas, de Mogi das Cruzes. Possui consultório particular em Votuporanga e atende a escola de educação infantil Passo a Passo e o Recanto Tia Marlene.