Andressa Aoki
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A um mês de assumir a Paróquia Senhor Bom Jesus, o padre Márcio Tadeu fala de sua ansiedade. "Eu sou da Paróquia Senhor Bom Jesus, sou filho espiritual dessa comunidade. Fiz o antigo colegial em Votuporanga, na EVE-Objetivo. Na época, saí de Votuporanga para fazer universidade e, depois que decidi ir para o seminário, deixando a Unesp, onde fazia Faculdade de Engenharia Civil, fui enviado para o Seminário pelo padre Gilmar e a Paróquia Senhor Bom Jesus. Minha mãe ainda reside aí, embora seja paulistano, meu coração sempre foi de Votuporanga", disse, em entrevista exclusiva ao jornal A Cidade.
Ele falou sobre padre Gilmar. "Eu não acredito que alguém possa substituir a outro, aquele ditado que "ninguém é insubstituível" é mecanicista. Para nós cristãos ninguém pode ser substituído, pois é único. Para mim, como filho da Comunidade Senhor Bom Jesus, o padre Gilmar é único e insubstituível. Contudo, sua função como pároco é passageira, por isso a Igreja na sua sabedoria não substitui ninguém, mas ela indica ao longo dos tempos outros homens para dar continuidade a seus passos, mantendo sempre o Caminho, a Verdade e a Vida que é Jesus Cristo", afirmou.
Sobre seus projetos para a comunidade, padre Márcio destacou que é certo que "devemos continuar os passos tão acertados que Padre Gilmar deu nesses mais de 16 anos à frente desta maravilhosa comunidade dedicada ao Senhor Bom Jesus", complementou.
O pároco contou como que recebeu o convite. "Medo e alegria, estes foram meus sentimentos. Demorei alguns dias para responder, pois estou ligado a muitos projetos em Rio Preto, de televisão a trabalhos acadêmicos. Contudo, me coloquei em oração para saber a vontade de Deus e dei minha resposta, que nem poderia ser outra, já que entrei no seminário com 23 anos, depois de dizer muitos "nãos" para Deus. Quando entrei, prometi não dizer mais não a nenhum pedido da Igreja, e foi o que fiz. Mas, me sinto muito privilegiado. Volto para casa, a paróquia que me mandou para o seminário, que presidi minha primeira missa, isto é privilégio para poucos", enfatizou.
Padre Márcio disse ser estusiasta da ideia há muitos anos da criação da diocese em Votuporanga. "Já havia decidido vir para a futura diocese quando dada sua criação desde antes de ser ordenado, porque fui criado aqui e amo nossa região. Será um passo importante para o amadurecimento das nossa comunidades paroquiais, suas pastorais e serviços. A presença de um sinal de unidade, um bispo, mais próximo da nossa realidade é muito salutar, já que nossa Diocese é extensa e possui muitas realidades distintas", explicou.
Sobre sua relação com o saudoso Padre Edemur, ele disse que " Edemur foi um incentivador da minha vida vocacional, sempre um amigo próximo e carinhoso. Recebi de sua família dois presentes, um cálice e uma estola, para nunca esquecer seu jeito de ser e sua fidelidade a Cristo".
Trajetória de padre Márcio
"Eu fui ordenado diácono em agosto do ano de 2008 e fui exercer o ministério diaconal na Capela São Francisco de Assis, do bairro de São Francisco, aqui em Rio Preto. O período de seis meses, prazo canônico para a ordenação presbiteral passou e, depois de ordenado padre, no dia 20 de fevereiro de 2009. Dom Paulo criou a paróquia de São Francisco de Assis no dia 27 de fevereiro e daí em diante fui seu pároco. Embora, a capela já tivesse uma estrutura considerável, demos acabamento ao salão paroquial e início a construção do primeiro piso do centro de pastoral, uma área de 500m2 que está em fase de pintura. Pastoralmente nos empenhamos na formação do leigos da comunidade e na adequação da liturgia e dos demais trabalhos às normas da CNBB e da Diocese. Criamos várias pastorais, três projetos sociais, o mais interessante deles a Terapia Digital, um processo de inclusão de pessoas de terceira idade no mundo digital, que tem como operadores jovens e adolescentes da comunidade e concorre hoje a uma premiação nacional do Instituto Claro", finalizou.