Vereador irá elaborar projeto visando a proibição da venda de bebida alcoólica nas lojas de conveniências
Da Redação
O "esquenta" em postos de combustíveis, quando jovens, alguns menores, bebem no pátio antes de ir a uma festa ou fazem ali um ponto de encontro com amigos, está ameaçado com a sanção do governador Geraldo Alckmin (PSDB) da Lei Antiálcool. Em Votuporanga, a discussão sobre o assunto ganhou força no início do mês, durante a reunião do Conseg, quando o vereador Emerson Pereira (PDT) ficou responsável por elaborar um projeto de lei municipal proibindo a venda de bebidas alcoólicas em postos.
Prática comum nos postos de combustíveis, a comercialização de bebidas em lojas de conveniência representa 20% do faturamento dos estabelecimentos, segundo o Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), em dados apresentado ao jornal Folha de S.Paulo..
A lei sancionada por Alckmin na última terça-feira responsabiliza donos de postos, bares e restaurantes caso menores sejam flagrados bebendo nos locais. Antes, somente a venda era proibida. Agora, o consumo rende multa que vai de R$ 1.745 até R$ 87,2 mil, conforme o tamanho do estabelecimento comercial. O período de adaptação será de 30 dias --também considerado curto pelo setor.
Segundo Renê Abbad, da Brascombustíveis (Associação Brasileira do Comércio Varejista de Combustíveis), os postos têm área muito extensa para ser controlada, diferentemente de bares e restaurantes, que contam com garçons para isso. "Não tenho poder de polícia. Posso não vender e dizer para o cidadão não beber [no posto]. Mas, se ele se negar, serei responsabilizado?", questionou o presidente estadual do Sincopetro, José Alberto Gouveia.
Votuporanga
Na última reunião do Conseg (Conselho Comunitário Segurança de Votuporanga) realizada no dia 5 de outubro, ficou definido que a o vereador Emerson Pereira irá elaborar um projeto visando a proibição da venda de bebida alcoólica nas lojas de conveniências do município. Gerentes e donos de postos de combustíveis participaram do debate, conduzido pelo presidente do conselho, José Francisco Breviglieri, com a presença do promotor José Vieira da Costa Neto, juiz José Manoel Ferreira Filho, o capitão Edson Fávero, comandante da Polícia Militar, e o delegado Maurício José Rodrigues.
“Estamos à beira de uma catástrofe. Pode ocorrer uma explosão nos postos de combustível, onde há o uso desregrado de bebida, cigarro e celular. Sem contar que depois da bebida vem a direção de veículos”, afirmou na ocasião o capitão Edson Fávero, comandante da Polícia Militar em Votuporanga. O promotor José Vieira da Costa Neto afirmou “a facilidade com que as pessoas compram bebida alcoólica tem assustado a sociedade. E incompatível a venda de bebida alcoólica com postos de combustíveis”. Ele disse ainda que muitos compram a bebida e saem dirigindo. “Acredito que o lucro maior do posto não é com a venda da bebida e sim com a venda do combustível”, falou aos donos e gerentes de postos.
Darci Pereira de Moura, proprietário do Posto Flex, disse que “não poderia deixar de dar a sua opinião sobre esse assunto tão importante para a vida de nossos filhos e netos. O posto é um barril de pólvora e a responsabilidade do proprietário é muito grande. Acredito que a primeira propaganda para o consumo do álcool na adolescência vem de dentro de casa. E nos postos, se deixamos de vender para o menor, o maior compra e entrega para o menor”.