Andressa Aoki
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O defensor público e coordenador do Núcleo Especializado do Idoso e da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Wladimyr Alves Bittencourt, está cobrando o Estado para que crie estatísticas de violência contra os idosos. "Não sabemos o perfil dos agressores, que tipo de violência sofrem. É importante que seja feito este trabalho, para que possamos direcionar políticas públicas", disse, durante a abertura da Semana de Combate a Violência contra o idoso, no Espaço Unifev Saúde. Ele falou também sobre o Núcleo. "Trata sobre o direito coletivo. É quando a questão envolve a sociedade e não uma causa individual. O órgão cuida também dos deficientes, o que na minha opinião, deveria ser mudado já que são assuntos diferentes", afirmou. Wladimyr explicou ainda que como Votuporanga não possui Defensoria Pública, as pessoas devem procurar a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
O secretário de Assistência Social, Osmair Ferrari, falou sobre as ações do município no combate a violência. "Faremos uma panfletagem na cidade para conscientizar as pessoas. Fui procurado por uma família que a mãe está em Bragança Paulista. A senhora está passando por dificuldades porque os familiares o abandonaram e os filhos de Votuporanga vão cuidar dela", afirmou.
A coordenadora do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), Iara Rufato, destacou que o objetivo da Semana é conscientizar as pessoas para que o Brasil seja melhor e sem violência. "Pedimos a participação da comunidade em nos acolher e nos ajudar na divulgação da não-violência", disse.
Por sua vez, o vereador José Carlos Leme de Oliveira, enfatizou que os agressores são pessoas que permeiam na sociedade. "É preciso mobilização do Poder Público. Não dá para explicar como que uma mãe gera um filho e sofre violência", finalizou.
O Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) atende 95 idosos vítimas de maus tratos. Entre as principais tipos de violência atendida pelo programa estão apropriação de benefício, negligência, autonegligência e abandono.
Os profissionais do Creas destacaram que todas estas ocorrências são acompanhados também com a violência psicológica. A maioria das vítimas é composta por mulher, a partir dos 73 anos. Seus filhos são os agressores.